Mantega diz ter sido sondado pelo governo para a Braskem (BRKM5); ações da empresa caem

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega afirmou ter sido sondado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para integrar o conselho da Braskem (BRKM5), petroquímica controlada pela Novonor (ex-Odebrechet) que tem a Petrobras (PETR4) como sócia. A declaração foi dada em entrevista à Bloomberg publicada nesta segunda-feira, 3. Mantega afirmou que aceitará o cargo se sua nomeação for aprovada pelos acionistas.

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“Eu fui sondado pela Casa Civil e me coloquei à disposição”, disse Guido Mantega. “Se acaso os acionistas e a assembleia decidirem isso, então eu irei para o conselho da Braskem.” Segundo a Bloomberg, a Braskem não quis comentar a fala do ex-ministro. A Casa Civil não respondeu.

A Novonor negocia desde o ano passado a venda de 50,1% de sua fatia na companhia. A Petrobras é dona de 47%.

Guido Mantega. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Guido Mantega. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

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Braskem: por que as ações caíram com a notícia da indicação de Mantega?

Logo após a divulgação da entrevista, as ações da Braskem, que estavam em alta pela manhã, começaram a cair e fecharam em queda de 1,42%, a R$ 20,29.

No começo do ano, o governo tentou emplacar o nome do ex-ministro para a presidência da Vale (VALE3), mas acabou recuando. A informação de que ele poderia ocupar um papel de destaque no comando da empresa afetou o desempenho das ações da mineradora e “amedrontou” acionistas independentes e estrangeiros, segundo a avaliação de um auxiliar do presidente, inviabilizando a operação ensaiada pelo governo.

Na época, Lula recebeu mensagens de que a interferência na Vale poderia afetar a imagem do País frente a investidores locais e estrangeiros. A avaliação foi de que houve ainda uma confluência de notícias no campo econômico mal recebidas pelo mercado e que ajudaram a minar a indicação, como o anúncio do plano de política industrial e a retomada das obras da refinaria Abreu e Lima, um dos focos de corrupção investigada na Operação Lava Jato.

Em março, o conselho de administração da Vale decidiu renovar o contrato de seu CEO, Eduardo Bartolomeo, até 31 de dezembro de 2024. O mandato se encerraria em maio. Até o fim do ano, uma empresa de recursos humanos irá elaborar uma lista tríplice com indicações de sucessores, e Bartolomeo ajudará na escolha. Ele também fará a transição da posição até março do próximo ano e permanecerá como advisor (consultor) até 31 de dezembro de 2025.

Cotado para a Braskem, Mantega é um aliado de longa data do presidente Lula. Foi ministro do Planejamento no primeiro mandato do petista, de 2003 a 2004. Em seguida, assumiu a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), onde ficou até 2006, quando foi alçado a ministro da Fazenda. Foi o mais longevo ministro da Fazenda, tendo permanecido no cargo até o fim do primeiro mandato de Dilma Rousseff, em 2014.

Com Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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