Em seu último relatório sobre a Braskem (BRKM5), o Santander (SANB11) elevou a recomendação para as ações da companhia de ‘neutro’ para ‘outperform’, o equivalente à compra’. As ações da companhia disparam nesta quarta-feira (20) no Ibovespa, liderando os ganhos do índice.
Perto das 11h15, as ações preferenciais de Braskem (BRKM5) disparavam 8,82%, a R$ 25,17.
Cotação BRKM5
No relatório, o banco projetou melhores resultados em 2024 para a companhia – apesar do ciclo petroquímico continuamente fraco – menor fluxo de notícias sobre o evento geológico em Maceió daqui para a frente, além de uma retomada nas discussões sobre fusões e aquisições, à medida em que a Adnoc termina a sua due diligence e novos concorrentes entram no processo.
“Embora nosso Ebitda em 2024E de aproximadamente US$ 1,3 bilhão esteja amplamente alinhado com o consenso, acreditamos que o mercado estará cada vez mais focado no fluxo de notícias relacionadas a fusões e aquisições versus os fundamentos, que apoiam nossa visão renovada e mais otimista sobre as ações”, escrevem os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz.
Para 2024, o Santander espera uma melhoria nos resultados da Braskem, impulsionados por melhores resultados no México, devido à maior utilização e aos preços mais baixos do etano, além de ajustes operacionais – incluindo reduções de custos, melhorias comerciais, postergações de investimentos não essenciais e otimizações de capital de giro.
Como resultado de uma situação mais estável em Maceió, o banco nota que a Braskem retomou as atividades planejadas no estado, que incluem preenchimento de cavidades, monitoramento do solo e realocação de moradores.
“Além disso, acreditamos que a investigação em curso no Congresso perdeu ímpeto, uma vez que alguns participantes importantes deixaram o comitê e o governo parece estar disposto a acelerar a venda da participação da Novonor”, detalha.
O Santander tem preço-alvo a R$ 27,00 para as ações da Braskem (BRKM5). No mês, os papéis da Braskem sobem 20,62%, e no acumulado do ano, o avanço é de 16,1%.
Braskem (BRKM5) tem prejuízo líquido 8% menor no 4T23, a R$ 1,575 bilhão
A Braskem anotou prejuízo líquido de R$ 1,575 bilhão no quarto trimestre de 2023 (4T23), cifra 8% menor do que o prejuízo líquido de R$ 1,710 bilhão registrado no mesmo período do ano anterior.
A receita líquida de vendas da Braskem no 4T23 ficou em R$ 16,691 bilhões, queda de 12% na comparação anual e estável na base sequencial.
O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente da Braskem foi positivo em R$ 1,049 bilhão no 4T23, ante Ebitda recorrente negativo de R$ 168 milhões no 4T22, em função:
- Da priorização de vendas com maior valor agregado e otimização do mix vendas;
- Do crescimento de 3% no spread médio de resinas no Brasil;
- Do crescimento de 4% no spread médio de principais químicos no Brasil;
- Do crescimento de 10% no spread de PE no México;
- Da flexibilidade de compra de propeno nos Estados Unidos;
- Pela redução de cerca de R$ 72 milhões com despesas gerais e administrativas como resultado da implementação das iniciativas corporativas de redução de custo fixo.
O resultado da Braskem mostrou também que o resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 798 milhões, ante resultado negativo de R$ 384 milhões apurado em igual período de 2022.
O custo do produto vendido (CPV) da Braskem foi de R$ 15,683 bilhões no 4T23, diminuição de 18% frente aos R$ 19,068 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.
O saldo da dívida bruta no 4T23 foi de US$ 8,7 bilhões, sendo 95% dos vencimentos concentrados no longo prazo e 5% no curto prazo. A dívida líquida, por sua vez, foi de US$ 5,1 bilhões e se manteve estável quando comparado com o 3T23.
Além disso, a Braskem investiu cerca de US$ 3,8 bilhões em 2023, 6% inferior à estimativa inicial de R$ 4,0 bilhões em função, principalmente, da otimização e priorização de investimentos.