O UBS BB rebaixou as ações da Braskem (BRKM5) de compra para neutra. Em relatório divulgado na quarta (14), o banco de investimentos também cortou o preço-alvo do papel e argumentou que enxerga “dividendos mais baixos” na companhia.
Na visão dos analistas do UBS BB Luiz Carvalho, Tasso Vasconcellos e Matheus Enfeldt, os spreads de polietileno (PE) e polipropileno (PP) seguirão pressionados em 2023 e 2024. “Portanto, não vemos nenhum catalisador futuro para o caso de investimento, pois esperamos que um desempenho menor se traduza em dividendos mais baixos”, destacaram eles.
De acordo com os especialistas, os spreads de PE e PP diminuíram cerca de 40% e 20%, respectivamente, na segunda metade de 2022 em comparação com o primeiro semestre do ano. Para 2023, existe uma projeção de queda adicional de 20% e 2% ante a média de 2022 e o quarto trimestre deste ano.
Embora a normalização dos spreads fosse esperada, pensávamos que isso aconteceria gradualmente ao longo de 2023, não em algumas semanas durante o segundo semestre de 2022, como ocorreu.
Assim, o preço-alvo das ações da ações da Braskem foi rebaixado de R$ 50 para R$ 30.
Braskem: Petrobras e Novonor vão vender participação?
No relatório do UBS BB, os especialistas argumentaram que os processos de desinvestimentos da Novonor (antiga Odebrecht) e da Petrobras (PETR4) permanecem incertos, mas que não impactam as ações da Braskem.
A Novonor já afirmou que a venda da sua participação da petroquímica está nos planos para conseguir pagar seus credores, mas essa negociação ainda não avançou. Do outro lado, a Petrobras disse que a Braskem faz parte do seu portfólio de desinvestimentos.
Segundo o Valor Econômico, o processo é incerto devido aos comentários dos integrantes do governo de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Por volta das 10h30 desta sexta (16), as ações da Braskem operavam em queda de 1,63%, ao preço de R$ 23,60, segundo dados do Status Invest.