O afundamento do solo na mina 18 da Braskem (BRKM5) em Maceió já passou de dois metros, segundo informações do último boletim emitido pela Defesa Civil da cidade, na manhã desta sexta-feira (8).
Segundo o órgão, o deslocamento vertical acumulado da mina da Braskem é de 2,06 metros e velocidade vertical é de 0,23 centímetros por hora, apresentando um movimento de 5,7 centímetros nas últimas 24 horas.
Uma nota conjunta das coordenações municipal, estadual e nacional de Defesa Civil, publicada na quinta-feira (7), apontou que a área com risco de colapso da mina em Maceió tem diâmetro de 78 metros, três vezes o raio da mina 18 e similar ao comprimento de uma piscina olímpica e meia.
A região da mina em Maceió tem sido monitorada constantemente após um aviso de risco iminente de colapso. Um hospital localizado na região sob risco, que abrange os bairros Mutange, Pinheiro, Bebedouro e parte do Bom Parto e do Farol, precisou ser esvaziado.
Braskem confirma autuação sobre colapso em mina
Na quinta-feira (7), a Braskem confirmou que recebeu autuações no valor de aproximadamente R$ 72 milhões do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL).
Em comunicado anexado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa diz que o valor não é material no seu contexto e por isso não foi divulgado como fato relevante.
Além disso, a Braskem esclareceu que desde 2018, recebeu 22 autuações no valor total de cerca de R$ 100 milhões, das quais seis já foram encerradas.
Para das demais autuações em andamento, diz a Braskem, a companhia vem tomando as medidas pertinentes nos prazos legais aplicáveis.
Empresa cancela rating de crédito em escala global emitido pela Moody’s
Em comunicado, a Braskem afirmou que a decisão ocorreu “em função de implementação das iniciativas corporativas com foco na disciplina de custos que vem sendo divulgada pela companhia”.
A agência de classificação de risco Moody’s tinha uma perspectiva estável para a companhia, com rating em “Ba1”, segundo informações no site da Braskem.
Na última quarta-feira (29), a capital de Alagoas decretou estado de emergência diante do risco iminente de rompimento em um dos poços da antiga mina de sal-gema da Braskem.
No dia seguinte, a Braskem comunicou por meio de fato relevante que foi intimada, em deferimento de tutela de urgência em ação civil pública, sobre o colapso em Maceió. O valor atribuído à causa pelos autores da ação é de R$ 1 bilhão, segundo a petroquímica.
O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL) também autuou a Braskem em mais de R$ 72 milhões por omissão de informações, danos ambientais e pelo risco de colapso e desabamento da mina 18, na região do bairro Mutange, em Maceió. Conforme divulgado pelo IMA na terça, desde 2018, a Braskem já foi autuada 20 vezes pelo instituto.
Segundo o último boletim emitido pela Defesa Civil de Maceió emitido às 17h da terça-feira (5), o deslocamento vertical acumulado da mina 18 é de 1,87 metros (m) e a velocidade vertical é de 0,22 centímetros por hora, apresentando um movimento de 5,5 centímetros nas últimas 24 horas.
Índice de sustentabilidade da B3 (B3SA3): petroquímica sai
Também na terça-feira, a B3 (B3SA3) anunciou que a Braskem será excluída do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) a partir da próxima sexta-feira (8). Segundo a operadora, a participação das ações da companhia será distribuída proporcionalmente aos demais ativos da carteira do ISE.
A decisão ocorre devido ao agravamento da situação na mina de sal-gema em Maceió.
Ainda de acordo com a B3, a exclusão da Braskem levou em conta quatro pilares do plano: o impacto ESG da crise, gestão da crise pela companhia, impacto de imagem da crise na companhia e resposta da companhia à crise.
“A decisão não deve ser tomada como pré-julgamento das responsabilidades da companhia, mas decorre da aplicação do disposto na metodologia do ISE B3, item 5.3, que estabelece a exclusão de ativos que ‘durante a vigência da carteira se envolvam em incidentes que as tornem incompatíveis com os objetivos do ISE B3, conforme critérios estabelecidos na política de gestão de riscos do índice’, informou a bolsa brasileira sobre a exclusão da Braskem do índice de sustentabilidade da B3.