A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem (BRKM5) aprovou nesta quarta-feira (28) oito convocações para depoimentos sobre os danos ambientais causados pela extração mineral em Maceió, incluindo a do diretor-presidente da companhia, Roberto Bischoff, e a do diretor de comunicação, Marcelo Arantes. As informações são da Agência Senado.
Segundo a publicação, a votação dos requerimentos ocorreu com a retomada da reunião na terça-feira (27), que foi suspensa pelo presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM).
Com as convocações, serão obrigados a depor na CPI da Braskem, além do CEO:
- Marcelo Arantes, diretor de comunicação da Braskem;
- Thales Sampaio, coordenador dos estudos da antiga Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM, atual Serviço Geológico do Brasil), que concluíram pela responsabilização da Braskem no desastre;
- Mauro Henrique Moreira Sousa, diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM);
- José Geraldo Marques, ativista em ecologia, pós-doutor em meio ambiente e vítima da evacuação dos bairros atingidos;
- Abel Galindo Marques, engenheiro civil e professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas;
- Natallya de Almeida Levino, professora da Universidade Federal de Alagoas;
- Wolnei Wolff Barreiros, chefe da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
A CPI da Braskem foi criada pelo requerimento do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para investigar os efeitos da responsabilidade jurídica e socioambiental da Braskem no afundamento do solo em Maceió.
Com 11 membros titulares e sete suplentes, a comissão da Braskem tem até o dia 22 de maio para funcionar e limite de gastos de R$ 120 mil.
A extração do mineral sal-gema da Braskem ocorre desde os anos 1970 nos arredores da Lagoa Mundaú, na capital alagoana. Desde 2018, os bairros Pinheiro, Mutange, Bom Parto, entre outros que ficam próximos às operações da Braskem, vêm registrando danos estruturais em ruas e edifícios, com afundamento do solo e crateras. Mais de 14 mil imóveis foram afetados e condenados.
As atividades de extração da Braskem foram encerradas em 2019.
Braskem (BRKM5): apesar de melhorias operacionais, analistas projetam resultados fracos no 4T23
Após a Braskem (BRKM5) divulgar seu relatório de produção e vendas do 4T23, os analistas projetam que os resultados financeiros ficarão abaixo da média histórica no trimestre.
“O 4T23 continuou a ser um período difícil para o setor petroquímico, com preços e spreads permanecendo em níveis historicamente baixos. No entanto, em relação ao 3T23, a maioria dos spreads melhorou, especialmente o PE à base de etano (beneficiando principalmente a rentabilidade do México)”, comenta a XP.
Segundo a corretora, o balanço desfavorável entre oferta e demanda continua a pesar sobre as taxas de utilização e as vendas no Brasil (com uma nova baixa histórica dos crackers de etano), embora a unidade do México tenha apresentado uma recuperação trimestral. Os volumes de vendas dos segmentos foram impactados principalmente pelo efeito da sazonalidade no período.
A XP estima fracos resultados da Braskem no 4T23, com um EBITDA (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 1,05 bilhão.
O Santander aponta como pontos positivos a redução no consumo de caixa livre (FCF) e uma redução no índice de dívida líquida/EBITDA trimestre a trimestre. “A Braskem pode estar entrando em um período de resultados um pouco melhores, com spreads marginalmente melhores. O resultado para minoritários da venda da participação da Novonor permanece incerto”, afirma o banco.
Para o BB Investimentos, o destaque positivo foi a recuperação de níveis de produção na operação no México e o aumento na taxa média de utilização nos Estados Unidos e Europa, além do crecimento de 10% no spread de PE base etano no mercado internacional.
“Além dos eventos de M&A, também deve estar no radar dos investidores algum eventual novo provisionamento para Alagoas, dados os acontecimentos mais recentes e início previsto para esta semana dos trabalhos de uma CPI parlamentar sobre o acidente geológico em Alagoas”, informa a equipe do BB Investimentos.
O BB Investimentos e o Santander têm recomendação neutra para as ações da Braskem, com preços-alvo de R$ 27 e R$ 22,50, respectivamente.
Desempenho das ações de Braskem
Cotação BRKM5
*Com informações da Agência Senado