Ex-CEO da Braskem (BRKM5), o executivo José Carlos Grubisich recebeu condenação na Justiça dos Estados Unidos nesta terça-feira (12). A pena é de 20 meses de detenção.
Grubisich foi acusado de envolvimento em casos de “suborno internacional” e “violações a lei de valores mobiliários”, segundo informou o Departamento de Justiça americano. Grubisich também terá de pagar US$ 2,2 milhões em multas.
O executivo foi sentenciado à prisão por ter “conspirando para desviar centenas de milhões de dólares da Braskem para um fundo secreto e pagar propinas a funcionários do governo, partidos políticos e outros no Brasil para obter e reter negócios”, segundo o órgão americano.
Em abril deste ano, Grubisich se declarou culpado pelo envolvimento no que os promotores do caso classificaram à época como um esquema de propina de 13 anos que envolvia a controladora da Braskem, a Odebrecht. Quem definiu a sentença nesta terça-feira foi a juíza Jacquelyn M. Kasulis, do Distrito Leste da Justiça de Nova York.
Grubusich comandou a Braskem entre 2002 e 2008, e tornou-se membro do Conselho de Administração da companhia até 2012. A partir disso, trabalhou por mais dois anos como consultou externo do Grupo Odebrecht.
Ex-presidente da Braskem e da Eldorado Brasil, Grubisich confessou ter participado de fraudes em balanços da empresa e de ter permitido um esquema de suborno de cerca de US$ 250 milhões.
De acordo com o comunicado divulgado pelo Departamento de Justiça americano (DoJ),o ex-presidente da Braskem participou de audiência nos Estados Unidos, onde assumiu ter feito parte do esquema de pagamento de propinas na petroquímica, que foi revelado pela Operação Lava-Jato.
Diante disso, Grubisich poderia ter sido sentenciado a até dez anos de prisão, conforme informou o Doj, citando também que o executivo aceitou um acordo que prevê um confisco de US$ 2,2 milhões de seus bens.
A confissão do ex-CEO da Braskem
O brasileiro, na confissão de culpa apresentada em audiência no tribunal federal do Brooklyn, em Nova York, informou sobre sua participação em esquema que desviou US$ 250 milhões da companhia e foram utilizados para subornar funcionários públicos e partidos brasileiros, com a finalidade de garantir os interesses da Braskem.
Além disso, Grubisich ainda assumiu ter prestado informações falsas nos registros financeiros da companhia.
De acordo com um comunicado do procurador em exercício do distrito leste de Nova York, Mark J. Lesko, o ex-executivo “abusou de sua posição como presidente da Braskem para facilitar e ocultar o pagamento de milhões de dólares em subornos para que a Braskem pudesse aumentar seus lucros, com benefícios pessoais também a executivos da companhia, incluindo Grubisich”.
Com informações do Estadão Conteúdo