Os analistas do Citi retiraram a sua recomendação de compra para as ações da Braskem (BRKM5), rebaixando os papéis para uma recomendação neutra. Agora, o preço-alvo é de R$ 39, ante R$ 42 na revisão anterior.
A leitura do cenário é de que as margens serão mais apertadas para a petroquímica. Além disso, a casa dá essa visão em meio às ofertas pelos ativos da empresa por parte da gestora Apollo e de um ‘interesse declarado’ da Unipar (UNIP6) e os resultados operacionais divulgados nesta semana.
“Vemos um cenário muito difícil pela frente devido à queda dos spreads no curto e médio prazo, maiores efeitos inflacionários nos custos impactando negativamente as margens da empresa, bem como as incertezas advindas do cenário macroeconômico e geopolítico, causando distúrbios na demanda por produtos da Braskem”, diz o Citi.
O Citi também fez um corte de 78% no lucro estimado para o acumulado de 2022, e uma redução de 60% nas estimativas para 2023.
O UBS, por sua vez, também manteve uma posição negativa, estimando um Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 416 milhões no trimestre, queda de 48%.
O BB Investimentos aponta que ‘as vendas fracas, em especial de polietileno (PE), são o principal destaque negativo’. “Foram números que entendemos como negativos”, disse o BB.
A casa tem recomendação neutra para as ações da Braskem, com preço-alvo de R$ 62.
“No Brasil, a taxa média de utilização se recuperou da forte diminuição observada no 2T22, chegando a 79%, com o retorno das paradas programadas no Rio Grande do Sul e na planta de PVC de Alagoas. Em comparação com o ano anterior, vemos estabilidade”, disse o BB Investimentos.
“Nos Estados Unidos, a taxa de utilização chegou a 74%, uma diminuição de 7 p.p.mp comparativo trimestral, com menor demanda e ocorrência de paradas não programadas de manutenção”, acrescentam os analistas.
Venda da Braskem segue travada com queda das ações
Atualmente o valor de mercado da Braskem é de R$ 27,1 bilhões, com sua composição acionária sendo ‘dominada’ pela Petrobras (PETR4) e pela Novonor, antiga Oderbrecht.
As partes estudam vender suas participações, mas a oferta foi travada após as quedas nos papéis. Em 2021, as ações BRKM5 foram uma das melhores da bolsa em termos de retorno. Contudo, em 2022, a queda acumulada é de 41%.
A Petrobras possui uma fatia de 36% no capital da empresa, ao passo que são 38% de participação da Novonor no capital social total da empresa.
No capital votante da Braskem, a Petrobras e a Novonor somam pouco mais de 97% de participação, controlando a empresa. Os papéis da empresa operam em queda de 1,42%, cotados a R$ 33,26%.