Após uma assembleia, foram definidos os bancos que irão coordenar a oferta subsequente de ações preferenciais da Braskem (BRKM5), segundo informações da Bloomberg. Fontes consultadas afirmaram que a oferta deve girar em torno de R$ 8,3 bilhões.
O lado vendedor será a Novonor, ex-Odebrecht, e a Petrobras (PETR4), que já movimentavam o noticiário nos últimos meses com a saída do capital da Braskem.
Os bancos selecionados para a oferta serão:
- JPMorgan
- Morgan Stanley
- Bradesco BBI
- Itaú BBA
- BTG Pactual (BPAC11)
- Citi
- UBS BB
- Santander Brasil (SANB11)
Segundo as fontes – que pediram anonimato em decorrência do fato de a Braskem ainda não ter publicado um comunicado oficial – o plano é realizar o follow-on até o fim de janeiro, disseram as pessoas.
Com a oferta a ser realizada, a Novonor e a Petrobras podem vender um montante de ações da Braskem que corresponde em até 20% dos papéis preferenciais.
Após a conclusão da venda das ações, as empresas não terão mais ações preferenciais da companhia, conforme a Petrobras comunicou ainda em dezembro.
Contudo, mesmo após a oferta ainda a ser realizada, as companhias ainda terão uma participação de cerca de 55% das ações ordinárias da Braskem, os papéis BRKM3.
Imbróglio com a dívida da Novonor
Segundo informações da Exame, a venda deve ocorrer nas próximas semanas com influência de um outro negócio da Novonor.
Segundo o veículo, a empresa precisa vender os papéis porque eles foram dados em garantia para cinco instituições financeiras para dívidas que, somados principal e juros, alcançam R$ 15 bilhões.
No caso da Petrobras, contudo, foi dito que a oferta é um movimento na direção de manter o capital da companhia direcionado para a exploração do petróleo.
“Esta operação está alinhada à gestão do portfólio e à melhoria de alocação do capital da Petrobras, visando à maximização de valor e maior retorno à sociedade”, disse o comunicado publicado pela petroleira.
Migração da Braskem para o Novo mercado
A migração da Braskem para o nível Novo Mercado de governança da bolsa de valores será possível justamente por conta da venda da fatia da Novonor e da Petrobras, atuais controladoras.
A venda das ações dependia, principalmente, de decisão da Novonor sobre a forma de venda do papéis. Entre outros motivos, a transferência da participação poderia servir para quitar dívidas da construtora, que está em recuperação judicial.
BRKM5 teve alta acima de 130% em 2021
No acumulado de 2021, os papéis da petroquímica tiveram um dos melhores desempenhos do Ibovespa. A rentabilidade foi de pouco mais de 130% para quem comprou os papéis no primeiro pregão do ano e vendeu no último, com cotação saindo de R$ 25 para R$ 57.
Além disso, analistas apontam um potencial de alta, com recente elevação da sua nota de classificação de crédito pela Fitch, para BBB-.
Com a revisão, a Braskem passa a passou a ter nota dentro do grau de investimento, deixando de ser um investimento considerado especulativo pela Fitch.
Segundo a agência de risco, a melhoria da nota reflete a restruturação de capital da petroquímica com o pagamento de US$ 1,7 bilhão de dívidas com a geração de caixa.
Em nota, a Fitch prevê uma geração de caixa operacional entre R$ 11 bilhões e R$ 16 bilhões, mesmo com uma projeção de redução das margens atuais da Braskem.
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