A Braskem (BRKM5) está negociando com companhias de seguro a utilização de uma apólice de US$ 300 milhões para cobrir as despesas com o afundamento do solo em Maceió, no Alagoas. Segundo o Valor Econômico, a diretora de relações com investidores da companhia, Rosana Avolio, afirmou que mesmo buscando a quantia, a empresa possui condições para cobrir seus compromissos financeiros pelos próximos 84 meses.
As provisões para o acidente geológico chegaram a R$ 9,17 bilhões no fim de 2020. Um ano antes, elas somavam R$ 3,83 bilhões. Ao longo de 2020, a Braskem adicionou R$ 6,9 bilhões e gastou R$ 1,1 bilhão como parte do programa de compensação financeira e em outros gastos relacionados ao acidente.
No quarto trimestre, a petroquímica reconheceu R$ 1,76 bilhão em seu balanço destinado à indenização de danos na cidade. Mesmo assim, o resultado operacional da companhia ficou positivo em R$ 2,3 bilhões, ante R$ 2,5 bilhões negativos no mesmo período de 2019.
Apesar dos gastos, Avolio afirmo na teleconferência realizada nesta quinta-feira (11) que a Braskem possui liquidez de US$ 2,9 bilhões e que a companhia cumpriu ainda uma série de medidas para reduzir sua alavancagem financeira, caminhando para alcançar a meta de uma relação entre dívida líquida e Ebtida de 2,5 vezes.
Braskem tem boas perspectivas para 2021
A companhia voltou a produzir cloro-soda e diclorometano em Maceió, o que a possibilitou a voltar a operar de forma integrada na cadeia de PVC, melhorando as margens operacionais.
Além disso, a perspectiva é que a demanda por resinas, como o polipropileno e o polietileno, segundo consultorias, se mantenha boa durante o ano.
Para a Braskem Idesa, planta no México que vem enfrentando problemas políticos com seu abastecimento de etano, os executivos da empresa esperam voltar a negociar petroquímica estatal do país nos próximos meses.
Os diretores da companhia comentaram também que a Odebrecht ainda não informou nada sobre a venda da sua fatia na Braskem, imposta à construtora pelo seu processo de recuperação judicial. Houve, no ano passado, por parte da Odebrecht, um pedido de suporte à petroquímica, mas, desde então, não houve nenhuma novidade.