Braskem (BRKM5) lidera altas no Ibovespa: por que as ações dispararam nesta segunda?
As ações da Braskem (BRKM5) dispararam nesta segunda-feira (18), no Ibovespa, liderando os ganhos do índice. O mercado repercute a notícia divulgada no fim de semana pelo colunista do jornal “O Globo”, Lauro Jardim, de que a Petrobras (PETR4) já escolheu a proposta feita pela Apollo Global e Adnoc como a melhor para a empresa, e levou sua decisão ao presidente Lula.
No fechamento, as ações preferenciais classe A da Braskem subiram 5,83%, cotadas a R$ 23,21.
Cotação BRKM5
“O acordo da Braskem deve agradar ao governo pelo grupo apresentar condições financeiras e de execução melhores do que a proposta anterior da J&F, além da possibilidade de manter a Petrobras dentro do business, como é de aparente interesse. Dado a atual situação da companhia e o alinhamento por ter ‘de volta’ uma estatal no board da petroquímica brasileira, há expectativa que o negócio seja fechado até o final do ano”, disse Fábio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos.
Em comunicado ao mercado nesta segunda (18), a Braskem informou que “não conduz eventuais negociações da Novonor e Petrobras para a venda da companhia” e que “seguirá apoiando os acionistas e manterá o mercado informado sobre desdobramentos relevantes, em cumprimento com as legislações aplicáveis”.
Mais cedo, a Petrobras informou que segue realizando processo de due diligente (auditoria) na Braskem, para eventual exercício de “tag along” ou direito de preferência, reforçando que não houve qualquer decisão da diretoria executiva ou do conselho de administração em relação ao tema.
A estatal disse ainda que “decisões sobre investimentos e desinvestimentos são pautadas em análises criteriosas e estudos técnicos, em observância às práticas de governança e aos procedimentos internos aplicáveis”.
Braskem fecha acordo com a Vitol para fornecimento de óleo de pirólise
A Braskem, através da subsidiária holandesa Braskem Netherlands B.V., assinou um contrato com a companhia de energia e commodities Vitol S.A. O acordo foi anunciado no início da semana passada em comunicado aos acionistas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O acordo prevê a compra de matéria-prima circular da Vitol produzida pela Waste Plastic Upcycling (WPU), empresa com tecnologia própria para conversão de resíduos plásticos em matéria-prima.
A partir do contrato, a companhia holandesa de Roterdão, Vitol, passará a fornecer à Braskem B.V. óleo de pirólise produzido através do processo de reciclagem química das instalações da WPU na Dinamarca.
De acordo com o comunicado, o contrato faz parte do ecossistema Wenew da Braskem, conceito que representa e consolida os esforços da companhia na economia circular. “[O acordo] está alinhado à avenida de crescimento em reciclagem da Estratégia Corporativa da Braskem para 2030, que tem o objetivo de buscar alcançar 1 milhão de toneladas de resinas e produtos químicos com conteúdo reciclado até 2030”, diz o informe.
Ecossistema Wenew da Braskem (BRKM5)
A reciclagem química é um processo complementar à reciclagem mecânica tradicional que permite a recuperação de resíduos plásticos inadequados em transformação para matérias-primas valiosas para a indústria química, como uma alternativa às matérias-primas baseadas em combustíveis fósseis.
Para a Braskem, o acordo com a Vitol permite um aumento na circulação dos seus produtos globalmente e concretiza o ecossistema Wenew de economia circular em quatro pilares: produtos, educação, tecnologia e design circular.
A iniciativa tem um impacto significativo na estratégia de crescimento da empresa e no alcance das metas de redução de resíduos plásticos. Até 2030, a companhia planeja vender 1 milhão de toneladas de produtos com material reciclado e recuperar 1,5 milhão de toneladas de plástico do meio ambiente.
“A economia circular é um objetivo vinculado à estratégia de negócios da empresa. […] Acreditamos que a infraestrutura e a experiência da Vitol, combinadas com a tecnologia de reciclagem de resíduos plásticos da WPU, permitirão à Braskem dar um passo importante no desenvolvimento de soluções sustentáveis para nossos clientes”, afirmou Walmir Soller, vice-presidente de Olefinas e Poliolefinas da unidade Europe & Asia.