Brasileiros poupam menos e pagam mais impostos, diz IBGE

Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2017-2018, divulgada nesta sexta-feira (4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os brasileiros estão poupando menos.

Nesse período, as famílias brasileiras apresentaram menos espaço no orçamento para a aquisição de ativos, como imóveis, terrenos e investimentos. Simultaneamente, a pesquisa do IBGE apontou que uma maior parte da renda familiar está direcionada à redução de suas dívidas e para pagar mais tributos.

Segundo a pesquisa, as despesas médias das famílias totalizam R$ 4.649,03 por mês. Desses, apenas 4,1% eram dedicados ao “aumento do ativo”, como a compra de títulos, terrenos e imóveis. Na prática, os brasileiros estão poupando menos. Nos estudos anteriores, essa proporção era maior:

  • 2002-2003 (4,8%)
  • 2008-2009 (5,8%)

O gerente da pesquisa do IBGE, André Martins, afirmou que os resultados podem estar atrelados à crise econômica enfrentada pelo País nos últimos anos.

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“A capacidade de as famílias adquirirem ativos diminuiu ao longo dos anos e as despesas correntes ficaram estáveis em termos de peso no orçamento”, afirmou Martins, em uma entrevista coletiva.

Também em referência às despesas totais, as famílias estão separando apenas 3,2% do orçamento para a “diminuição do passivo”. Isso significa o direcionamento para pagamentos de débitos, juros e empréstimos pessoais e prestações.

Essa proporção era de 2% na pesquisa de 2002-2003 e de 2,1% na pesquisa de 2017-2018. Dessa forma, o brasileiro passou a ter uma parcela maior de suas despesas totais comprometidas com pagamento de dívida.

IBGE ressalta o peso governamental

De acordo com o estudo, 11,7% do orçamento das famílias brasileiras passou a ser destinado ao pagamento de tributos.

Esse dado é maior do que a registrada na pesquisa de 2008-2009 (10,9%). Um levantamento mais antigo, de 1974 a 1975, demonstrava que despesas com impostos eram equivalentes a 5,3% do orçamento naquela época.

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O estudo mostra, de forma geral, uma importante mudança nas prioridades de despesas familiares desde a década de 70. Cerca de 45 anos atrás, as famílias separavam 16,5% do seu orçamento para “aumento do ativo”.

Essa categoria, ressaltando, não inclui as despesas com compra de veículos, que entra no quesito chamado “despesas de consumo”. Este responde por uma faixa maior, de 81% das despesas.

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A Pesquisa de Orçamentos Familiares tem o intuito de mensurar as despesas e rendimentos das famílias brasileiras. Para ter acesso a esses dados, o IBGE visitou 57.920 domicílios em 1.900 municípios, no intervalo de junho de 2017 a julho de 2018, uma amostra dos 69 milhões de domicílios existentes no Brasil. As famílias responderam questionários e preencheram cadernetas de despesas.

O IBGE não apresentou valores deflacionados das despesas da pesquisa anterior para fins de comparação. O gasto das famílias em 2008-2009 ano era de R$ 2.626,31. Corrigido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro do ano passado, esse valor seria equivalente a R$ 4.746,45 atuais.

Jader Lazarini

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