A Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Secex) informou nesta segunda-feira (10) que o Brasil está investigando as práticas da China na venda de laminados de alumínio. A medida tenta entender se o país asiático está praticando dumping, com o intuito de prejudicar a indústria brasileira.
O órgão público acredita que a China está vendendo no Brasil os laminados de alumínio por um preço mais baixo do que é cobrado em território chinês, uma prática conhecida como dumping.
“Foram apresentados elementos suficientes que indicam a prática de dumping nas exportações da China para o Brasil do produto objeto da investigação, e de dano à indústria doméstica resultante de tal prática”, informou a Secex.
O processo de investigação pode durar entre 10 e 18 meses, e foi iniciado depois que Associação Brasileira do Alumínio (Abal) fez uma denúncia. Se a prática for comprovada, todos os laminados de alumínio vindos da China sofrerão uma sobretaxação para entrar em território nacional.
“Nos últimos dois anos, a situação ficou dramática porque aumentou muito a importação de produtos laminados chineses e a participação do país nas importações. A indústria brasileira concorre em situação igual de competitividade com empresas de vários países. O que não podemos admitir são empresas brasileiras concorrendo com um país”, afirmou Milton Rego, presidente da Abal.
Apesar de ser uma decisão da Secex, o presidente da associação informou que há indicação de aplicação de uma sobretaxa de mais de 50%.
A China como exportador de alumínio
No mercado de alumínio mundial, a China é o maior exportador e responsável por mais da metade da produção do mundo. Consequentemente, os dez maiores mercados de alumínio do mundo colocaram barreiras à compra do produto chinês, exceto o Brasil.
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No Brasil, o crescimento das importações chinesas é claro: em 2009, as lâminas de alumínio vindos da China representavam 11,4% do total importado no país, já em 2019, o produto chinês correspondia à 56,6%.