Brasil quer derrubar barreiras comerciais do Mercosul

Para aproveitar que assume a presidência do Mercosul neste mês, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) busca acabar com os entraves para liberar de vez o livre comércio no bloco.

O Mercosul tem 18 anos, porém não há no bloco uma área integral de livre-comércio. Dessa forma, o bloco precisa se organizar novamente para poder tratar as novas questões com o acordo comercial feito com a União Europeia.

De acordo com Paulo Guedes, ministro da Economia, o time de Marcos Troyjo, secretário especial de Comércio Exterior, está empenhado para atingir três metas no Mercosul. São elas:

  • retirar as restrições internas em relação ao comércio de açúcar, automóveis e etanol.
  • renegociar o acordo automotivo com os argentinos, levando em conta a abertura gradativa do setor.
  • diminuir pela metade a tarifa externa comum média praticada pelo bloco, que se encontra atualmente em 14%.

Para o governo brasileiro, é imprescindível a quebra das barreiras, no Mercosul, em relação ao comércio de açúcar, automóveis e etanol. Dessa forma, o assunto que já era importante para o governo, virou algo imediato.

Em relação ao acordo com a União Europeia, as taxas de importação de veículos devem sumir em até 15 anos. Entretanto, antes disso elas diminuirão, gradualmente, depois de sete anos da entrada em vigor do acordo.

O acordo automotivo entre os parceiros do Mercosul deve ser renovado em julho do ano que vem. Atualmente, o “sistema flex” é o que está sendo exercido entre os países.

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Entenda como funciona este acordo atual

O “sistema flex” funciona, atualmente, da seguinte maneira:

Sem nenhuma taxa, o País pode vender US$ 1,50, caso importe US$ 1,00 dos argentinos.

Para a equipe de Troyjo, a tarifa externa do Mercosul, de 14%, deve ser diminuída também. Sendo assim, o bloco não ficará tão isolado do comércio global.

Letec

Além dos três principais itens listados, o Brasil também quer uma baixa da Letec, a lista de exceções à tarifa externa comum. Esse procedimento existe desde o começo do acordo do Mercosul. Ele possibilita diferentes tarifas de importação entre países do mesmo bloco. Dessa forma, as taxas podem ser maiores ou menores a dos outros membros.

O diretor de desenvolvimento industrial da Confederação Nacional da Indústria, Carlos Abijaodi, salientou a importância de uma reforma para o momento do Mercosul.“Somos defensores do Mercosul, mas defendemos com ainda mais vigor o Mercosul reformado”, analisou.

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Juliano Passaro

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