Brasil concentra 70% dos investimentos em startups na América Latina; Nubank lidera ranking
Até este mês de setembro foram aportados US$ 13 bilhões em startups latinas, montante 13 vezes maior do que o registrado em 2016. O dado é de um levantamento da Sling Hub Latam, com informações de 24,4 mil startups e 656 investidores localizados no Brasil, México, Chile, Colômbia, Argentina, Peru e Uruguai.
Entre os países latino-americanos, porém, o Brasil é o que concentra a maior parte dos investimentos destinados para as startups. Dos US$ 13 bilhões levantados neste ano, US$ 9 bilhões (70% do total) foram para empresas do ecossistema brasileiro.
O dado mostra um crescimento gradual de investimentos em companhias nacionais, considerando a concentração de 45% e 61% vista nos anos de 2019 e 2020, respectivamente.
A disparidade é tanta que o México, em segundo lugar, concentra somente 13% do volume total de investimento em startups, com um montante de US$ 1,7 bilhão. Confira o ranking abaixo:
- Brasil: US$ 9,238 bilhões (70%)
- México: US$ 1,758 bilhões (13%)
- Colômbia: US$ 931 milhões (7%)
- Argentina: US$ 566 milhões (4%)
- Chile: US$ 433 milhões (3%)
- Peru: US$ 86 milhões (1%)
- Uruguai: US$ 154 milhões (1%)
Conforme o levantamento, além da rede de startups do Brasil estar à frente no continente, o número de fusões e aquisições (M&A’s) também é relativamente grande em relação aos pares. São cerca de 83% de todas as startups adquiridas na América Latina localizadas no Brasil.
Em 2020, ainda que com a recessão econômica ocasionada pela pandemia, os M&A’s subiram 135% na comparação com o ano anterior e alcançaram 200 startups adquiridas. Segundo indicam os dados, 2021 deve a superar essa marca, considerando que já foram 195 startups adquiridas até o mês de agosto.
Boa parte das companhias adquirentes está listada em bolsa, como o Magazine Luiza (MGLU3) – que já comprou 25 empresas do nicho -, a Locaweb (LWSA3), a Americanas (AMER3) e o Méliuz (CASH3).
Salto no número de unicórnios catapultou mercado de startups no Brasil
Apesar disso, a Argentina ficava na frente no número de unicórnios (startups que valem mais de US$ 1 bilhão até pouco tempo. O documento da Sling mostra que até 2017 o país era o único com empresas de inovação nesse patamar.
No ano seguinte, contudo, o Brasil deu origem à sete companhias avaliadas acima desse valor. Ao todo, a América Latina soma 34 startups unicórnios, sendo 60% delas brasileiras, 17% argentinas e 11% mexicanas.
As companhias em questão se destacam, da mesma forma, nos aportes. Confira a lista de startups que receberam os maiores aportes, contendo sete brasileiras:
- Nubank – US$ 2,4 bilhões
- C6 Bank – US$ 2,2 bilhões
- Rappi (Colômbia) – US$ 2,2 bilhões
- Mercado Livre (Argentina) – US$ 2,0 bilhões
- Stone – US$ 1,5 bilhões
- Loft – US$ 900 milhões
- Kavak (México) – US$ 800 milhões
- Quinto Andar – US$ 700 milhões
- VTEX – US$ 700 milhões
- Gympass – US$ 700 milhões
Segundo a CB Insights, em levantamento global, foram 725 startups que já romperam esta marca de US$ 1 bilhão em seu valor de mercado até o fim de junho. Nos setores que mais se popularizaram e entraram para o rol de unicórnios, as fintechs lideram as pesquisas.