Brasil possui 45 milhões de desbancarizados, aponta pesquisa
No Brasil, 45 milhões de pessoas não possuem conta em banco ou não movimentam suas contas há mais de seis meses. A pesquisa que aponta o número de desbancarizados do País foi realizada pelo Instituto Locomotiva.
Entre a população que não utiliza instituições financeiras no Brasil, 59% são mulheres contra 41% de homens. A maior parte dessas pessoas possuem baixa renda e trabalham de maneira informal.
Conforme os dados divulgados pelo Instituto Locomotiva, essa parcela da sociedade movimenta mais de R$ 800 bilhões por ano.
Os resultados indicam que os bancos tradicionais não atendem às necessidades de toda a população. Nesse caso, a demanda principal das pessoas está relacionada com a valorização do dinheiro em espécie.
Consequências da quantidade de desbancarizados
Segundo o presidente do instituto, Renato Meirelles, o grande número de pessoas que não utilizam bancos atrasa o desenvolvimento da economia do brasileira.
“É muito ruim para a economia brasileira. Ficou definido na pesquisa que os bancos que operam no país ainda não falam com uma parcela significativa da população”, afirmou Meirelles.
Como essas pessoas não possuem acesso ao crédito, não podem parcelar suas compras. Assim, precisam esperar mais tempo para comprar bens e produtos. Essa situação faz com que a economia não gire.
“Muitas dessas pessoas que não têm conta em banco são empreendedores, entre os quais ambulantes e trabalhadores autônomos, que precisariam estar mais inseridos na economia formal”, ressaltou o presidente.
Quem são as pessoas que não utilizam contas bancárias
Entre os desbancarizados, 86% fazem parte das classes econômicas C, D e E. Mais da metade dessas pessoas não possuem ensino fundamental.
Além disso, 62% moram em cidades do interior e 39% vivem na região nordeste. Metade dessas pessoas possuem entre 16 e 34 anos.
A falta de dinheiro é considerada para 31% da população como o motivo principal para não ter conta. Por outro lado, 49% apenas afirmaram que não confiam nos bancos.
“São, em grande parte, da população mais pobre, mais mulheres, com uma parcela maior de negros também”, afirmou Meirelles.
Maior espaço para as fintechs no Brasil
A grande parcela dos brasileiros que não utiliza bancos tradicionais, abre espaço para o desenvolvimento de instituições alternativas.
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Visto que muitas pessoas não confiam nas instituições financeiras tradicionais, as fintechs podem ser uma maneira de atender à demanda dessa parte da sociedade.
Essas empresas oferecem serviços que já existem em bancos e instituições financeiras tradicionais. Entretanto, a velocidade e agilidade oferecidas são muito maiores do que as de bancos comuns.
Segundo o Radar Fintechlab, no Brasil o número de fintechs e novas instituições de cunho financeiro subiu de 453, no segundo semestre de 2018, para 604 no começo de junho de 2019.