O Bradesco (BBDC4) anunciou a criação de uma área de prime brokerage para atender a indústria de fundos multimercado do Brasil, um mercado crescente que chamou atenção do banco.
De acordo com Marcelo Noronha, vice-presidente responsável pelo banco de atacado do Bradesco, os serviços incluem:
- aluguel de títulos
- execução de ordens de compra ou venda alavancadas
- gestão de caixa
Um prime broker normalmente é uma grande instituição bancária ou uma empresa gestora de recursos que fornece um extenso portfólio de serviços para hedge funds como compensação, gerenciamento de risco, liquidação de transações e suporte operacional.
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Além disso, de acordo com Noronha, área também faz custódia e serviços de conta corrente, incluindo extratos diários. “Unificamos todos os serviços para fundos de investimento em uma única unidade, incluindo serviços bancários tradicionais, a fim de ter um melhor relacionamento com eles”, disse o executivo em entrevista. “Estamos expandindo a equipe para atender esses clientes institucionais.”
Os cortes na taxas de juros básica (Selic) do país estão levando investidores a buscar rendimentos mais altos, com vários deles recorrendo a fundos multimercado e de ações.
Bradesco enxerga oportunidade com Selic menor
A indústria de fundos do Brasil teve ingressos líquidos de R$ 235,8 bilhões no acumulado do ano até o final de outubro, elevando o total de recursos sob gestão ao recorde de R$ 5,33 trilhões, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
O Banco Central (BC) reduziu a Selic em 200 pontos-base desde julho, para a mínima histórica de 4,5%. O segundo maior banco do Brasil em valor de mercado está reformulando todo o seu negócio de atacado, expandindo a digitalização e empregando especialistas em dados, melhorando a qualidade dos ratings de crédito dos clientes.
Noronha afirmou que há uma oportunidade para os grandes bancos no crédito às grandes companhias, já que os fundos de investimento têm pedido spreads mais elevados.
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A procura pelos empréstimos bancários vinha modesta com as grandes empresas vendendo títulos de dívida no mercado ou ações. A carteira de crédito corporativo do Bradesco cresceu 4,8% nos 12 meses encerrados em setembro, chegando a R$ 250,3 bilhões.
“Dados os maiores spreads solicitados pelos gestores de fundos desde novembro, algumas empresas que não precisam de financiamento apenas esperam, mas outras podem vir até nós e obter uma linha de crédito de curto prazo até que o mercado local de títulos melhore novamente”, revelou o executivo do Bradesco.