Bradesco divulga relatório para analisar baixa dos preços da celulose
O Bradesco BBI divulgou um relatório que analisa a baixa dos preços da celulose de fibra curta na China e a alta no continente europeu. O relato sobre o setor de papel e celulose foi publicado nesta terça-feira (26).
Segundo os analistas do Bradesco, Tiago Lofiego e José Cataldo, a tonelada de celulose de fibra longa está sendo vendida na China por aproximadamente R$ 2 mil.
Na Europa, as expectativas da instituição financeira indicam estoques elevados. Além disso, a expectativa é de baixa demanda para o mercado de fibra curta.
A instituição destacou que não acredita que os preços da celulose tenham atingido o menor nível. Atualmente, o mercado global de fibra curta de celulose apresenta um excesso de oferta. Por isso, esse setor apresenta queda nos preços.
Relatório do Itaú BBA
No relatório divulgado pelo Itaú BBA, a instituição afirmou que a expectativa é de que os preços continuem pressionados enquanto a normalização dos estoques de celulose nos portos não ocorrer.
“No passado, os preços caíam temporariamente abaixo do custo de produção marginal, uma vez que as várias considerações associadas ao fechamento de uma fábrica podem tomar algum tempo. Mas se recuperaram nos meses seguintes”, afirmaram os analistas Daniel Sasson e Barbara Angerstein.
Conforme o relatório do Itaú, os preços continuarão baixos até o final do terceiro trimestre.
Consequências da guerra comercial no preço da fibra
A China, um dos maiores consumidores do mundo de celulose, encontra-se em guerra comercial com os Estados Unidos.
Em entrevista ao Valor Econômico, Daniel Sasson, do Itáu BBA, afirmou que a preocupação da desvalorização da fibra ocorre por conta da instabilidade econômica mundial. Segundo ele, a guerra comercial intensifica esse cenário.
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“Essa preocupação [da desvalorização da fibra curta de celulose] se dá pelo risco de demanda estruturalmente mais fraca tanto na China quanto na Europa, em um ambiente de crescimento econômico global mais fraco e incertezas trazidas pela intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China”, afirmou Sasson.