O banco Bradesco (BBDC3) reduziu novamente a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2019. Abaixo de 1%, a nova estimativa é de 0,8%, contra 1,1% no relatório anterior. Na primeira estimativa do ano, o crescimento previsto era de 2,5%.
De acordo com o Bradesco, alguns fatores domésticos indicam atividade econômica moderada no segundo trimestre de 2019:
- retração de 0,2% no PIB do primeiro trimestre de 2019;
- e a queda da confiança de empresários e consumidores.
Contudo, no novo relatório, o Bradesco destacou que a previsão pode ser alterada. Isto, pois, estímulos no consumo vêm sendo implementados pela equipe econômica. Como a liberação dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) discutida pelo governo. Além disso, a aprovação da reforma da Previdência também pode ser um fator que pode alterar a estimativa.
O banco também aponta alguns fatores externos que atrapalham o crescimento econômico brasileiro:
- desaceleração econômica global;
- e a guerra comercial entre China e Estados Unidos.
A projeção de expansão do PIB para 2020 foi mantida em 2,2%.
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Bradesco: Taxa Selic a 5,75%
O banco também aguarda uma redução da taxa básica de juros. Ao fim de 2019, o Bradesco estima que a taxa Selic estará em 5,75%. Atualmente, os juros básicos estão em 6,5%.
Conforme análise do banco, o PIB de 2019 terá desempenho ainda pior que o projetado, caso a redução na taxa Selic não ocorra.
Bradesco: Inflação a 3,8%
A projeção para a inflação no final deste ano foi reduzida pelo banco Bradesco. A estimativa caiu de 4% para 3,8%, mesmo percentual previsto para 2020.
A baixa atividade econômica foi apontada como insuficiente para gerar inflação por um tempo prolongado.
“As condições objetivas da economia (grau de alavancagem, posição cíclica, disponibilidade de crédito e uma agenda reformista positiva) seguem favoráveis a uma retomada do crescimento ao longo do próximo ano”, afirmou o banco.
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Reforma da Previdência
Referente à principal pauta do governo do presidente da República Jair Bolsonaro (PSL), o banco afirmou que a sustentabilidade das contas públicas no médio e longo prazo dependem da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência.
O Bradesco salientou que é muito importante que a economia prevista pela equipe econômica, de R$ 1 trilhão com a aprovação da PEC, seja cumprida.
“Quanto mais robusta for a reforma, menores serão os cortes de outros gastos para cumprimento da regra do teto de gastos do governo”, argumentou o Bradesco.