O Bradesco BBI (BBDC4) mudou nesta terça-feira (27) a recomendação para a ação da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP ) (TRPL4) de Neutral para “Outperform” (Muito positivo), com um preço-alvo de R$ 32,00, com 40% de upside.
Segundo o Bradesco BBI, “a CTEEP recentemente foi negligenciada por investidores que buscavam um beta mais alto, à medida que o cenário de “fim do mundo” da Covid-19 foi gradualmente eliminado”.
“Os dividendos devem aumentar neste ano e continuar atraentes. A CTEEP teve uma grande vitória no início deste ano com a revisão tarifária de 2018 (adiada para junho de 2020), quando foi concedida a parcela “Ke” da RBSE (ressarcimento de ativos não depreciados das concessões renovadas pela MP-579). Isso por si só causou a contabilização de cerca de R$ 900 milhões em receitas não caixa no 2T20 para o ajuste retroativo deste componente (a ser recebido em 3 anos)”, explicou o banco.
Para o Bradesco BBI, “seguindo sua prática de pagamento de 75% sobre o lucro líquido GAAP “regulatório”, a CTEEP deverá pagar um dividendo considerável de R$ 1,30/ação em 2020 (5,6% de rendimento). Posteriormente, esta prática deve confortavelmente dar à CTEEP um rendimento de cerca de 4% (6% se o pagamento for aumentado para 100%)”.
Bradesco indica problemas na CTEEP
Entretanto, o banco salientou que o principal problema da CTEEP permanece o dos pagamentos de planos de pensão de R$ 200 milhões/ano em nome do Estado de São Paulo.
“No que agora é uma disputa judicial de uma década, a CTEEP foi forçada a pagar benefícios de aposentadoria a ex-funcionários de sua antiga era estatal (os beneficiários ingressaram na empresa em 1974, no máximo). Embora a CTEEP já tenha vencido a ação em segunda instância, esses pagamentos devem continuar até que a questão seja julgada no Supremo Tribunal Federal, onde aguarda julgamento (prazo incerto)”, escreveu o banco em seu relatório.
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Segundo o Bradesco, é necessário supor que os pagamentos continuarão até 2030 (os destinatários do benefício estão envelhecendo). Todavia, existe uma probabilidade de 50% de reembolso para saídas futuras. Além disso, a CTEEP acumula R $ 1,7 bilhão em recebíveis do governo do Estado de São Paulo sobre esse assunto, que está tentando recuperar em um segundo processo, ao qual é atribuído um valor contábil de zero. Os resultados possíveis de ambas as disputas judiciais podem representar riscos para a empresa.