A Suzano (SUZB3) e a Klabin (KLBN11) tiveram a recomendação para seus papéis reduzidas pelo Bradesco BBI nesta quarta-feira (24).
A casa rebaixou as ações da Suzano de outperform, o equivalente à compra, para underperform, o equivalente à venda, e reduziu o preço-alvo da ação de R$ 80 para R$ 56, implicando potencial de alta de 13,1% frente à cotação de fechamento de terça-feira, de R$ 49,51.
As ações da Klabin, por sua vez, tiveram a sua recomendação de outperform alterada para neutra, com preço-alvo passando de R$ 37 para R$ 27, com potencial de alta de 31% em relação à cotação de fechamento de terça-feira, de R$ 20,61.
Os analistas do BBI destacaram que o ano tem sido difícil para o setor de papel e celulose em toda a América Latina, que viu essas commodities obterem desempenho inferior comparadas a outros produtos no mercado.
O banco acredita que as ações do setor, diante do cenário de queda de preços de papel e celulose, não terão performance satisfatória. Além disso, os investidores têm recompensado os altos pagadores de dividendos, o que o setor geralmente não tem, segundo os analistas.
Apesar do rebaixamento, a Klabin passou a ser o nome preferido do BBI entre os ativos do setor, dada a resiliência de resultados da empresa e menor exposição direta aos preços da celulose.
A companhia também está aumentando seus projetos de crescimento em 2023, o que deve contribuir para a geração de caixa e para a dinâmica de custos, na visão dos analistas.
“Finalmente, a Klabin também oferece maiores rendimentos em dividendos em relação aos seus pares, cerca de 6 a 7% em 2023 e 2024”, concluem.
Olhando para o cenário macro, os analistas projetam uma queda de preços no mercado de celulose.
“Estávamos menos preocupados com a dinâmica do mercado de celulose para 2023, mesmo em um ambiente de oferta em alta, com as demandas europeia e chinesa. No entanto, agora estamos incorporando um ambiente macro mais desafiador na Europa, enquanto a demanda chinesa continua nebulosa e pode ser suportada apenas por algum reabastecimento”, pontuam.
Com isso, os analistas incorporaram uma queda de US$ 250 a tonelada no preço da celulose de fibra curta em seu modelo até o final de 2023 (atingindo US$ 610 a tonelada no ano que vem e média de US$ 690 a tonelada) e uma baixa adicional de US$ 110 a tonelada em 2024 (atingindo US$ 500 a tonelada em 2024 e com média de US$ 540).
O BBI crê que o cenário mais provável para a Suzano é o de desempenho mais fraco das ações nos próximos 6 a 12 meses, apesar de promissora perspectiva de valor no longo prazo.
As ações da Suzano fecharam o pregão desta quarta (24) em queda de 3,23%, cotadas a R$ 47,91. Os papéis da Klabin encerram a sessão em baixa de 1,12%, negociadas a R$ 20,38.