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XP eleva alvo para o Bradesco (BBDC4), mas mantém ‘neutra’

Bradesco (BBDC4). Foto: Reprodução

Bradesco - Foto: Reprodução

A XP atualizou suas projeções para o Bradesco (BBDC4) com base nos resultados mais recentes e nas perspectivas macroeconômicas, definindo um novo preço-alvo de R$ 17,00 por ação para o final de 2025, acima do anterior de R$ 16,00, mas mantendo recomendação neutra.

Apesar das melhorias em alguns indicadores, como a redução da inadimplência e o aumento do retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), o banco enfrenta um caminho desafiador para recuperar a lucratividade e superar seu custo de capital, diz a XP.

A casa explica que o BBDC4 está em meio a um processo de reestruturação que visa equilibrar as operações após um ciclo de crédito desafiador. Em 2025, o banco entrará na segunda fase de seu plano, com foco no aumento da Margem Financeira com Clientes (NII).

Contudo, a XP prevê que o crescimento da NII do Bradesco superará a expansão da carteira de crédito apenas no segundo semestre do ano, devido às dificuldades do banco em assumir riscos adicionais em um cenário macroeconômico complexo.

A pressão também pode vir de um possível aumento repentino da taxa Selic, diz a XP, o que impactaria negativamente as margens financeiras.

Perspectivas de ROE e valuation

O Bradesco alcançou um ROE de 12,4% no terceiro trimestre de 2024, um avanço relevante segundo os analistas, mas insuficiente para superar o custo de capital (COE), projetado em cerca de 17% para 2025.

A XP estima que o banco só conseguirá alinhar seu ROE ao COE em 2026, o que reflete um crescimento mais lento do que o mercado exige para justificar seu valuation atual.

Atualmente, as ações do Bradesco são negociadas a um múltiplo preço/lucro (P/E) de 5,6 vezes e preço/valor patrimonial (P/B) de 0,7 vezes para 2025. No entanto, para sustentar esse P/B, o ROE precisaria atingir pelo menos 16,5%, algo improvável no curto prazo, diz a XP.

Ritmo de recuperação mais lento

O relatório ressalta que as iniciativas mais fáceis de execução, como redução de custos operacionais e normalização do custo de risco, já foram realizadas.

O custo de risco do Bradesco retornou aos níveis pré-pandemia de 3,0%, e as próximas etapas de reestruturação deverão priorizar melhorias no modelo de negócios para impulsionar o crescimento sustentável e a eficiência, diz a casa.

Assim, embora o banco opere com descontos atrativos, a XP prefere alternativas que apresentem um spread positivo entre ROE e COE no atual ambiente macroeconômico.

A recomendação neutra para as ações BBDC4, portanto, foi mantida refletindo a avaliação de que o banco ainda enfrenta um cenário desafiador em 2025.

Segundo o relatório da XP, apesar das iniciativas de reestruturação, o ritmo lento de recuperação e a dificuldade de superar o custo de capital limitam o potencial de valorização do Bradesco no curto prazo.

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