O Safra emitiu um relatório com as suas expectativas para os balanços do terceiro trimestre dos bancos, e o Bradesco (BBDC4) está entre os favoritos da casa.
A top pick do Safra no setor é o Itaú (ITUB4), mas o Bradesco vem logo na sequência, “principalmente devido à assimetria no valuation”.
Para o balanço do Bradesco do 3T24, o Safra espera “mais um trimestre sólido, impulsionado por melhorias tanto no NIM (margem financeira líquida) quanto no ROE (retorno sobre o patrimônio)”.
“O principal foco será o NII (receita líquida de juros) dos clientes, para o qual antecipamos um crescimento de 5,1% trimestre a trimestre, o que deve mais do que compensar as provisões e aumentar o NII ajustado ao risco em 7,1% trimestre a trimestre”, diz o relatório.
Outros pontos a serem monitorados, de acordo com os analistas, incluem o o crescimento da carteira de crédito do banco, particularmente em empréstimos pessoais para pequenas e médias empresas (PMEs) e financiamento de veículos, além da implementação do IFRS9 e os possíveis impactos no capital.
“Espera-se que o setor de seguros contribua positivamente com R$ 4,97 bilhões (vs. R$ 4,64 bilhões no 2º trimestre). Projetamos um lucro de R$ 5,265 bilhões, com um ROE de 13,1%, 5% acima do consenso”, diz o Safra.
Em relatório recente, o Citi afirma que o BBDC4 deve ser o principal banco beneficiado pelas mudanças regulatórias no setor a partir do ano que vem.
Os analistas explicam que, a partir de 2025, os bancos modificarão a forma de contabilizar o risco operacional no índice de Basileia, o que resultará em um efeito negativo no capital de todos eles.
No entanto, diz a casa, esse impacto deve ser pequeno por conta da diluição das mudanças ao longo de quatro anos. Além disso, deve ser absorvido pela geração de capital proveniente dos resultados.
Por outro lado, diz o Citi, ampliação do prazo para que os bancos deduzam da base tributável sobre o lucro as perdas com crédito acumuladas até dezembro deste ano deve trazer um alívio, superior ao impacto negativo causado pelo novo cálculo do risco operacional.
De acordo com a casa, o Bradesco pode ver um aumento de até R$ 1,374 bilhão em seu lucro anual entre 2025 e 2032, enquanto o Itaú deverá ter um incremento de R$ 971 milhões, o Banco do Brasil, de R$ 755 milhões, e o Santander, de R$ 600 milhões.