Lucro do Bradesco (BBDC4) tem queda anual de 35,8% e fica em R$ 4,518 bi no 2T23
O Bradesco (BBDC4) fechou o segundo trimestre deste ano (2T23) com lucro líquido recorrente de R$ 4,518 bilhões, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (3). Esse resultado é 35,8% menor que o do mesmo período do ano passado e 5,6% acima do registrado no primeiro trimestre deste ano.
No primeiro semestre de 2023, o lucro recorrente do Bradesco foi de R$ 8,798 bilhões, 36,1% menor que o do mesmo intervalo do ano passado. Entre os dois períodos, o Bradesco disse que observou um crescimento da inadimplência e das provisões, o que reduziu o resultado.
Com mais de 100 milhões de clientes, de acordo com os dados mais recentes do Banco Central, o Bradesco tem maior exposição que outros grandes bancos privados à baixa renda, que tem sofrido mais com o aumento dos juros e com a inflação. Com o aumento da inadimplência, o banco redirecionou esforços para empréstimos de menor risco a partir do segundo semestre do ano passado.
“Reposicionamos nossa política de concessão de crédito para modalidades de menor risco, o que já vem trazendo uma melhora significativa na inadimplência das novas safras para patamares inferiores aos observados atualmente, com 95% das novas operações classificadas no rating AA-C de maior qualidade”, afirma o banco no informe de resultados.
A carteira de crédito do Bradesco encerrou o trimestre em R$ 868,687 bilhões, alta de 1,6% em um ano, mas uma baixa de 1,2% em relação ao trimestre encerrado em março. Foi puxada por operações destinadas a pessoas físicas, que subiram 5,7%, enquanto os empréstimos a empresas caíram 1,2%, ambos no comparativo anual.
Como resultado do crescimento mais tímido e das concessões mais conservadoras, a margem do banco com clientes, que reflete o ganho em operações de crédito do Bradesco, por exemplo, teve baixa de 1,7% no comparativo anual, para R$ 16,652 bilhões, e de 1,8% em um trimestre.
Patrimônio líquido do Bradesco tem alta
Na tesouraria, o banco teve perda de R$ 96 milhões, resultado 83,6% melhor que a perda do mesmo período do ano passado. Com posições pré-fixadas, a tesouraria do banco tem operado no negativo deste 2022, mas tem apresentado melhora com a redução dos juros futuros no mercado financeiro – fruto da aprovação do arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados, e também do início do ciclo de queda da taxa Selic, oficializado na quarta-feira com o corte da taxa em 0,5 ponto porcentual, para 13,25% ao ano.
A margem financeira total do Bradesco subiu 1,2% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 16,556 bilhões. Em um trimestre, houve baixa de 0,6%.
O banco encerrou o segundo trimestre com R$ 1,884 trilhão em ativos, crescimento de 7,2% no comparativo anual, e de 1,1% em três meses. O patrimônio líquido do Bradesco chegou a R$ 159,317 bilhões, alta de 4,3% em um ano.
No trimestre, o retorno sobre o patrimônio líquido foi de 11,1%, baixa de 7 pontos porcentuais em um ano, mas uma alta de 0,5 p.p. em um trimestre. Nos dois casos, acompanhou o lucro do Bradesco, que caiu em termos anuais, mas teve leve alta em relação ao primeiro trimestre deste ano.
Com Estadão Conteúdo