O Bradesco (BBDC4) apresentou, na manhã desta quinta-feira (30), um lucro líquido recorrente de R$ 3,873 bilhões referente ao segundo trimestre deste ano. Na comparação anualizada, o resultado é equivalente a uma queda de 40,1%, quando, no segundo trimestre de 2019, o lucro foi de R$ 6,462 bilhões.
Por sua vez, o lucro líquido contábil, segundo o Bradesco, atingiu R$ 3,506 bilhões, frente a R$ 6,042 bilhões registrados no segundo trimestre de 2019 (-41,97%). A margem financeira total, no entanto, cresceu 15,3% na mesma base comparativa, saindo de R$ 14,468 bilhões para R$ 16,684 bilhões.
“O desempenho do resultado operacional, cuja evolução de 5,7% foi impulsionada pelo maior resultado advindo das operações de seguros, previdência e capitalização, do excelente desempenho dos custos, com redução de 2,5% frente ao trimestre anterior e do crescimento da margem financeira”, disse a direção do banco no balanço de resultados.
O resultado financeiro foi influenciado por uma maior provisões para devedores duvidosos (PDD) expandida, que no segundo trimestre deste ano foi de R$ 8,890 bilhões, 154,9% maior do que o reportado no mesmo período do ano passado.
Nesse sentido, as receitas com recuperações de crédito foram de R$ 1,104 bilhão, baixa de 31,4% de ano para ano. Ainda foram registrados ‘descontos concedidos’, de R$ 777 milhões, e R$ 472 milhões em impairment de ativos financeiros, ou seja, a deterioração dos mesmos no período.
A receita de prestação de serviços do banco recuou 7,9% de ano para ano, saindo de R$ 8,280 bilhões para R$ 7,626 bilhões. O Patrimônio Líquido da instituição financeira manteve-se estável, com uma variação positiva de 1,1%, atingindo R$ 135,13 bilhões. O total de ativos é de R$ 1,571 trilhão.
O banco destacou o Retorno sobre Patrimônio Líquido Médio (ROAE) anualizado, que foi de 11,9% no trimestre encerrado em junho, em comparação a 20,6% um ano antes. O valor de mercado do banco, impactado pelas incertezas geradas pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), recuou 38,7% de ano para ano, somando R$ 175,191 bilhões no fim do segundo trimestre.
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Em função das dificuldades financeiras trazidas pela pandemia, o banco apresentou uma série de medidas, com o objetivo de “dar fôlego aos clientes neste momento de crise”, para que as dívidas junto à instituição permanecessem saudáveis.
O recebimento de R$ 61 bilhões, concedidos em crédito, foi prorrogado pelo banco, totalizando 1,9 milhão de contratos de empréstimo. Para pessoas físicas, a prorrogação em até 120 dias o pagamento de parcelas de empréstimos e financiamentos. Além disso, para pequenas, médias e grandes empresas, foi criado um financiamento de folha de pagamento, junto a um programa governamental, entre outras medidas.
A carteira de crédito expandida do Bradesco cresceu 14,9% em 12 meses, atingindo R$ 661,1 bilhões. O índice de Basileia, capital Nível I, ficou em 12,5%.