Em relatório, o Bank of America (BofA) analisou as projeções divulgadas pelos três maiores bancos do Brasil para este ano. Segundo na casa, o Bradesco (BBDC4) deve enfrentar riscos em relação ao guidance, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) está “otimista demais”.
Segundo os analistas, o Bradesco (BBDC4) enfrenta riscos tanto para baixo quanto para cima em suas projeções. Há preocupações de que suas expectativas otimistas para o crescimento de empréstimos e provisões possam ser excessivas, enquanto a estimativa conservadora para o lucro de juros líquidos pode não refletir plenamente o potencial do mercado.
Já o Banco do Brasil (BBAS3) apresenta riscos predominantemente para baixo, especialmente em relação às provisões e ao lucro de juros líquidos, de acordo com o BofA.
Os estrategistas do banco americano dizem que as propostas do BB sugerem uma contração nas provisões, o que contrasta com o ritmo de crescimento observado nos últimos trimestres. Além disso, a previsão para o lucro de juros líquidos pode estar subestimando os desafios do mercado. Assim, a casa considera a estatal “otimista demais”.
Na contramão, o relatório aponta que o Itaú Unibanco (ITUB4) se destaca por sua consistência com as tendências operacionais recentes. Suas projeções para este ano, de acordo com os analistas, não indicam desvios significativos, mantendo a estabilidade nas operações. A análise sugere que o banco está alinhado com a realidade do mercado, sem grandes surpresas esperadas.
BofA eleva recomendação de BTG (BPAC11), Itaú (ITUB4) e BB (BBAS3) para compra
Uma análise de sensibilidade do BofA destaca a importância das projeções de Margem Financeira Bruta – métrica que indica quanto a empresa ganha de lucro a cada venda realizada – para o desempenho global dos bancos. Pequenas variações nesses números podem ter impactos significativos nos resultados finais.
O banco americano recomenda cautela aos investidores, considerando os riscos identificados, especialmente para o Bradesco (que tem recomendação neutra). Itaú Unibanco, BTG Pactual (BPAC11) e Banco do Brasil, por sua vez, têm recomendação de compra.
Já para Santander Brasil (SANB11), David Beker e equipe, que assinam o relatório, sugerem exposição underweight (abaixo do mercado).
BofA eleva bancos brasileiros a “overweight” em portfólio para América Latina
No relatório referente ao portfólio de ações da América Latina, os analistas destacam que, desde o final do ano passado, as atenções nos mercados locais têm sido amplamente dominadas pelo foco nas expectativas das taxas de juros nos Estados Unidos. Eles avaliam que a região carece de uma narrativa local robusta.
Quanto ao Brasil, dizem que o país enfrenta a ausência de uma narrativa doméstica forte, mas ressaltam que as condições financeiras, o crescimento econômico, as contas externas e o câmbio estão relativamente saudáveis.
Simultaneamente, afirmam que os preços das ações são mais atraentes do que no final do ano passado, e os lucros internos finalmente atingiram seus níveis mais baixos.
Segundo a perspectiva dos estrategistas, o cenário é favorável para o Ibovespa, com as expectativas de estabilidade para o petróleo, os riscos relacionados à China provavelmente já precificados e a previsão de melhorias nas tendências operacionais para a maioria dos grandes bancos.
O BofA mantém uma classificação overweight, quando uma ação pode ter um desempenho maior do que o índice de referência, para ações brasileiras em seu portfólio na América Latina, enquanto atribui uma classificação marketweight, em linha com a média do mercado, para o México, e underweight”, quando tem desempenho abaixo do esperado, para o Chile. Não há exposição nas bolsas da Colômbia, Peru e Argentina.
Desempenho do Bradesco (BBDC4)
Confira o desempenho recente dos papéis do Bradesco (BBDC4):
Cotação bbdc4