Para o Banco Bradesco (BBDC4) a economia brasileira voltará a crescer no segundo semestre de 2020, após a crise provocada pelo coronavírus (covid-19). A informação foi divulgada pelo economista-chefe da instituição financeira, Fernando Honorato Barbosa, nesta sexta-feira (3).
Todavia, segundo o economista do Bradesco, o crescimento não sará linear, dependendo do setor. Os serviços, por exemplo, serão os últimos a se recuperar.
Por causa da quarentena, ocorreu uma realocação dos gastos dos domicílios. As famílias brasileiras começaram a gastar menos com atividades fora de casa (como por exemplo restaurantes) e gastar mais em atividades domésticas.
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Segundo o economista do Bradesco, “os gastos com serviços voltarão mais lentamente”.
Isso levou a uma mudança nos indicadores de inflação, que passaram a subir no caso da alimentação no domicílio ou produtos de higiene, e deverão registrar uma queda no caso dos serviços. E isso deveria dar mais espaço de manobra para o Banco Central (BC) poder reduzir mais a taxa básica de juros (Selic).
“Mas quanto mais o BC reduzir a Selic agora, mais ele terá que aumenta-la lá na frente”, explicou Honorato. Segundo ele, o governo deve gastar mais nesse momento de criticidade, mas é necessário manter a calma.
Bradesco antecipa parcela do 13º salário
O Bradesco informou na última quinta-feira (2) que antecipará o pagamento da primeira parcela do 13º salário no dia 29 de abril. Os recursos tinham que ser disponibilizados no dia 28 de maio. A decisão foi tomada para tentar reduzir o impacto econômico da pandemia de coronavírus.
O Bradesco tem cerca de 100 mil funcionários. Além da antecipação do pagamento, o banco adotou uma série de medidas emergenciais, em linha com as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A maior parte do quadro de funcionários do banco já trabalha em regime de home office. Além disso, na rede física teve o atendimento redimensionado um sistema de rodízio onde os funcionários se revezam em turnos semanais.
Assim como o Bradesco, o Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4) já havia antecipado o pagamento do 13º salário aos seus funcionários, além de ter suspendido demissões. Essa última medida foi tomada também pelo Santander Brasil (SANB11).
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Os três bancos também tinham anunciado nos últimos dias a doação de 5 milhões de testes rápidos para diagnosticar o coronavírus.
Além dos testes, os três maiores bancos privados do Brasil doarão também equipamentos médicos, como tomógrafos e respiradores, que também são utilizados no tratamento do coronavírus. A medida é uma decisão conjunta entre os presidentes do Itaú, Candido Bracher, do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., e do Santander Brasil, Sergio Rial.
“A doação tem como objetivo apoiar os esforços de profissionais de saúde neste momento desafiador na luta contra a disseminação do novo coronavírus, quando, de acordo com especialistas, a testagem em massa da parcela da população com suspeita de contágio será decisiva para a superação da crise”, informou o Santander em um comunicado.
Os equipamentos doados pelas instituições financeiras serão importados. Conforme o comunicado, os bancos formaram uma “força-tarefa” com profissionais responsáveis por definir a logística de importação.
“Este é um momento excepcional, que exige sacrifícios e também ações propositivas, capazes de fazer diferença para toda a sociedade. É o que se espera de nós, instituições financeiras, e é o que queremos entregar ao somar os esforços dos maiores bancos privados do país”, disse Rial.
Segundo o presidente do Bradesco, a união de esforços é o caminho mais viável para superar a crise gerada pelo vírus. Além disso, Bracher afirmou que o momento não demanda somente esforços do governo, como também de toda a sociedade civil.