Na última segunda-feira (05), o Bradesco (BBDC4) divulgou seu balanço do segundo trimestre e os números agradaram muito o mercado. Em um dia de queda global, os papéis do banco encerraram a sessão em alta de 7,59% a R$ 13,61. Mas o que justifica esse avanço? Entenda a seguir, com o Decodificador de Investimentos da Status Invest Assessoria.
A alta ocorreu na contramão do caos global que foi motivado pelos riscos de uma recessão nos Estados Unidos, o crescimento da tensão no Oriente Médio e a alta nos juros do Japão.
É verdade que o Ibovespa caiu “apenas” 0,46%, destoando ligeiramente do tom de aversão ao risco global. Mesmo assim, as ações do Bradesco chamaram muito a atenção.
O banco reportou lucro líquido recorrente de R$ 4,716 bilhões no segundo trimestre, alta de 4,40% frente ao segundo trimestre de 2023 e um avanço de 12% na comparação com o primeiro trimestre deste ano.
Decodificador de investimentos
Você deve estar se perguntando sobre o que causou tamanho otimismo. Confira a seguir a explicação de Mateus Cabrera, sócio fundador e assessor na Status Invest Assessoria de Investimentos.
Em primeiro lugar, chama a atenção o lucro do Bradesco, que teve um bom avanço tanto na base sequencial quanto na base anual. Além disso, o resultado superou as projeções de várias casas de análise.
Para se ter uma ideia, o número ficou 9% acima da expectativa do JP Morgan e foi 10% superior ao projetado pelo Goldman Sachs. Essa surpresa positiva, por si só, já poderia justificar um bom desempenho da ação, mas ainda existem outros fatores a serem levados em consideração.
Nos últimos balanços do Bradesco, algo que vinha desagradando os analistas era o volume de provisões para perdas com empréstimos (PDD). Ou seja: o banco estava reservando muito dinheiro para cobrir possíveis perdas de créditos inadimplentes.
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Já neste segundo trimestre, o volume de provisões ficou abaixo do esperado. O que, neste caso, é positivo.
Outro ponto a se destacar foi a melhora no Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE) do Bradesco, que ficou em 11,7% maior nível desde o terceiro trimestre de 2022. No trimestre imediatamente anterior o ROE do Bradesco havia sido de 10,5% – ou seja, em três meses, o indicador melhorou 1,2 ponto percentual.
Apesar disso, é importante ressaltar que nem tudo são flores. Um dos principais pontos negativos do balanço do Bradesco ficou por conta das despesas operacionais, que somaram R$ 14,5 bilhões no 2T24, alta de 8,3% na base sequencial e de 10,6% na base anual.
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