O Bradesco (BBDC4) reportou um lucro líquido recorrente de R$ 5,225 bilhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 13,1% na base anual e de 10,8% frente ao trimestre anterior. Em relatório, o BB-BI afirma que o banco apresentou melhora sequencial, mas “com pouca empolgação”.
Os analistas destacam que o resultado do Bradesco foi impulsionado pelo menor custo de crédito e pelo crescimento das receitas de serviços e seguridade. No entanto, foi prejudicado pela margem financeira menor do que o esperado e pelo aumento nas despesas.
Entre os pontos fortes, a casa destaca a expansão da carteira de crédito do Bradesco, bem como o menor custo do crédito. Além disso, dizem os analistas, a inadimplência caiu para 4,2%, consolidando a percepção de que as operações mais recentes apresentam maior saúde financeira.
Por outro lado, o BB-BI destaca que o desempenho da tesouraria foi impactado negativamente pela abertura da curva de juros, enquanto as despesas aumentaram 4% t/t e 12,1% a/a, parcialmente devido ao maior investimento do banco na Cielo, o que também elevou as receitas de serviços.
A margem com clientes trouxe um cenário misto, diz a casa, subindo em relação aos trimestres anteriores, mas ainda em patamar historicamente baixo, refletindo o impacto do mix conservador adotado recentemente.
Os analistas do BB-BI entendem que o contexto macroeconômico desafiador, com previsão de crédito mais restrito em função de inflação e juros elevados, impõe um cenário complexo para o Bradesco, especialmente considerando a clientela de menor renda, mais sensível a esse ambiente.
A casa acredita que a recuperação está em curso, mas que ainda há um caminho incerto e potencialmente longo para retomar os níveis de rentabilidade históricos.
O BB-BI tem recomendação neutra para as ações do Bradesco (BBDC4), com preço-alvo de R$ 16,50.
Por volta das 14h50 desta quinta-feira (31), o Bradesco apresentava queda de 3,99% no Ibovespa, com os papéis cotados a R$ 14,43.