A BR Properties (BRPR3) registrou um prejuízo líquido de R$ 47,4 milhões no quarto trimestre de 2021, enquanto no mesmo intervalo de 2020 teve lucro de R$ 155,685 milhões. No acumulado de 2021 a empresa obteve lucro de R$ 32 milhões, mas que representa redução de 84% perante o ano anterior.
Boa parte do impacto negativo do balanço do 4t21 da BR Properties veio da queda de R$ 66,5 milhões no valor do seu portfólio imobiliário, conforme avaliação da consultoria CBRE. O efeito é contábil, sem mexer com o caixa.
Segundo a BR Properties, essa desvalorização no resultado do 4T21 vem na esteira da piora da economia brasileira, com inflação e juros em alta, gastos públicos crescentes, incertezas diante das eleições e continuidade da pandemia.
A empresa também pondera que a queda de R$ 66,5 milhões corresponde a apenas 1% do valor total do portfólio da BR Properties, avaliado em R$ 9 bilhões. O portfólio abrange 32 imóveis comerciais, entre prédios de escritórios, galpões logísticos e terrenos.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 53,791 milhões, baixa de 15% na mesma base de comparação. A margem Ebitda caiu 10 pontos porcentuais, para 66%.
A receita líquida da BR Properties totalizou R$ 81,869 milhões, recuo de 2%.
As despesas gerais e administrativas ajustadas também diminuíram 2%, para R$ 14,327 milhões.
O prejuízo também foi influenciado pelo resultado financeiro líquido, que gerou uma despesa de R$ 44,632 milhões, crescimento de 215% na comparação anual. Esse resultado é majoritariamente explicado pelo aumento dos juros no Brasil. Com isso, o custo médio da dívida da empresa foi de 3,8% para 11,7%.
A dívida líquida da BR Properties atingiu R$ 2,045 bilhões no quarto trimestre, alta de 6% ante o terceiro trimestre. O dinheiro em caixa caiu 15%, para R$ 949,4 milhões. A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda) subiu de 8,1 vezes para 9,0 vezes. A empresa tem R$ 401 milhões de amortizações em 2022.
Locações da BR Properties
A BR Properties fechou contratos de locações referentes a 13,8 mil m² de área bruta locável (ABL) no quarto trimestre de 2021, totalizando 111 mil m² de novas locações no acumulado de todo o ano.
A companhia também antecipou os dados de janeiro, quando foram locados mais 9,1 mil m², concentrados no empreendimento Parque da Cidade, zona sul da capital paulista.
A BR Properties fechou o ano com taxas de vacância financeira e física de 27,2% e 25,7%, respectivamente. Considerando as locações de janeiro, as taxas de vacância financeira e física consolidadas são de 25,9% e 24,2%.
Houve, portanto, uma redução da vacância na ordem de 6 a 7 pontos porcentuais em um ano.
O valor do aluguel médio por m² das mesmas propriedades, considerando contratos correntes e novas locações, no quarto trimestre, apresentou um aumento nominal de 8,2% na comparação anual.
A inadimplência líquida baixou de 0,9% para 0,1%.
“A companhia mantém sua estratégia de longo prazo focada na concentração em ativos AAA nas principais regiões dessas duas cidades – São Paulo e Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, destaca-se a alta capacidade de reciclagem do portfólio da BR Properties, a rentabilização dos investimentos de maneira atrativa, buscando um contínuo processo de otimização de sua estrutura de capital, principalmente em momentos de cenários com maior volatilidade”, declarou.
Última cotação da BR Properties
As ações da BR Properties encerraram a sessão de hoje em alta de 0,92%, cotadas a R$ 7,65. No acumulado de 2021, os papéis da companhia acumulam valorização de 8,05%.
Com informações do Estadão Conteúdo