O BR Partners está preparando uma oferta pública inicial de ações (IPO) na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Segundo o colunista Lauro Jardim, a operação, prevista para o segundo semestre deste ano, poderá levantar R$ 600 milhões.
O banco, fundado há 10 anos pelo banqueiro Ricardo Lacerda, ex-Goldman Sachs e Citi, é líder em M&A (ou fusões e aquisições) no Brasil. O BR Partners, no entanto, pretende utilizar os recursos levantados com a abertura de capital para expandir sua atuação no mercado de capitais, derivativos e mercado de crédito.
De acordo com o site “Brazil Journal”, o intuito da oferta é ampliar a atuação do banco além das operações de M&A, que representa mais de 60% de sua receita financeira. A instituição, então, passaria a atuar em áreas que demandam mais capital, como a estruturação e venda de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), fundos imobiliários e debêntures. O IPO será coordenado por:
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- BTG Pactual (BPAC11)
- Bank of America-Merrill Lynch
- Credit Suisse
A área, que já está em desenvolvimento dentro do banco, pode passar a representar 30% da receita deste ano. Entretanto, atualmente o BR Partners mantém em seu balanço menos de 5% dos produtos de dívida que vende aos clientes.
O “Brazil Journal”, entretanto, ressalta que após o IPO essa representatividade nas contas do banco poderá ser elevada para 30%, colocando a instituição em posição de competir por maiores transações, o que aumentaria seus índices de rentabilidade.
BR Partners quer aumentar tesouraria e reestruturações de dívidas
Além de expandir sua atuação no varejo, o banco visa investir em sua tesouraria, que tem operado como contraparte de grandes empresas em produtos como hedge e swaps. Atualmente, a tesouraria do BR Partners tem se destacado frente a seus pares, mas o volume movimentado é limitado pelo balanço.
Ademais, o banco também estaria usando a crise para avançar em suas reestruturações financeiras de dívidas — segmento em que grandes bancos não atuam.
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O “Brazil Journal” pontua que essa será a primeira vez que os investidores do País terão de lidar com uma instituição de serviços financeiros com uma tendência crescente de tomada de posições em mercados de capitais, crédito estruturado e derivativos. Esse segmento é comum nos Estados Unidos e na Europa, onde muitas empresas que operam nesse sentido estão listadas em bolsa.
O BR Partners nunca apresentou um resultado negativo. Nos últimos anos, o lucro líquido cresceu de R$ 39 milhões em 2017 para R$ 50 milhões em 2018, passando para R$ 76,5 milhões no ano passado — uma margem líquida de 33% frente à receita de R$ 228 milhões. O Retorno sobre Patrimônio Líquid (ROE), em 2019, foi de 27%.