O BR Partners (BRBI11), banco de investimentos que estreou na bolsa em junho, divulgou seu primeiro resultado trimestral desde que abriu capital. A companhia reportou, no acumulado de abril a junho, um lucro líquido de R$ 35 milhões.
Com o dado, o BR Partners apresenta uma alta de 12,9% no lucro em comparação ao primeiro trimestre deste ano e 46,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o balanço do BR Partners, o trimestre foi forte e com uma geração de receita que mostra “a resiliência do modelo de negócios e da capacidade da companhia de continuar auferindo crescimento de lucro com preservação de margens”.
“No cenário local, observamos uma melhora da atividade em especial nos indicadores de produção industrial e varejo, que tem ajudado na arrecadação e na melhora dos riscos fiscais. Vimos as projeções de inflação para o ano saltar acima do teto da meta, principalmente influenciada pelos preços de commodities, serviços e custo de insumos como combustíveis e energia elétrica”, diz a companhia sobre o contexto econômico.
A receita foi de R$ 76,2 milhões neste segundo trimestre, ante R$ 66,7 milhões anotados no mesmo período do ano passado, alta de 14,3%.
Segundo o banco, o principal gerador e receita foi o segmento de investment banking, com R$ 43,3 milhões. Em seguida, o mercado de capitais foi responsável por R$ 18,4 milhões em receita, além dos R$ 10,4 milhões vindos de sales & trading.
Vale frisar que, ao longo dos primeiros seis meses deste ano, o banco esteve envolvido em operações de gigantes da bolsa, que somaram um montante de R$ 60 bilhões, representando alta de 98,1% em relação ao mesmo período de 2020.
Essas operações contam com:
- Oferta da BR Distribuidora (BRDT3)
- fusão entre Grupo Soma (SOMA3) e Hering (HGTX3)
- Privatizações da Eletrobras (ELET3) e dos Correios
XP vê resultado do BR Partners com bons olhos
Para o time de análise da XP Investimentos, o balanço apresenta bons resultados, com “um bom Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE) de 19% no trimestre”.
“Embora acreditemos que a combinação de maiores despesas de pessoal com impostos extraordinariamente menores possa afetar a percepção de rentabilidade do banco por alguns investidores, reiteramos nossa recomendação de Compra com preço alvo de R$ 29 por ação e esperamos que o mercado reaja positivamente aos bons sinais de crescimento apresentados pela administração no próximo pregão”, consta no relatório da corretora.
No fim de julho, a XP inciou a cobertura da empresa, com recomendação de compra, já firmando o preço nos R$ 29.
À época, já foi dito que “a atividade de fusões e aquisições deve ser impulsionada pelos recursos primários de IPOs, enquanto a política de taxas de juros historicamente baixas deve continuar a beneficiar o aumento da dívida privada”.
Além disso, um mês antes, em 30 de junho, a Fitch elevou o Rating Nacional de Longo Prazo do BR Partners para A+.
“A elevação dos ratings do BR Partners se deve à comprovada resiliência do modelo de negócios do grupo, mesmo em períodos de estresse. Considera, ainda, o contínuo crescimento de suas principais linhas de negócio”, anota a Fitch.
Itaú BBA
O Itaú BBA vê o resultado do BR Partners como “levemente positivo” com o lucro superando o esperado pelo time de análise do banco, que projetou R$ 29 milhões de lucro no segundo trimestre. Nesse sentido, a última linha foi impactada pelo “volumes de receita no segmento de mercado de capitais somado a menores despesas tributárias”.
“De modo geral, vemos uma perspectiva positiva à medida que o banco adquire histórico na bolsa, expertise, e também consolida a marca como de consultor independente líder no mercado doméstico”, dizem os analistas do Itaú.
“O banco reporta despesas mais altas, mas impostos de renda mais baixos. As despesas administrativas caíram 54% no trimestre devido à reversão de despesas de provisão relacionadas ao processo de abertura de capital, ao passo que as despesas de de cunho pessoal aumentaram 43% no trimestre devido à antecipação do provisionamento do bônus 2021”, seguem.
Cotação de BRBI11
Atualmente, às 11h15 do pregão desta terça (10), após a divulgação do balanço, as ações do BR Partners caem 1,55%, cotadas a R$ 27,86. No acumulado máximo desde sua abertura de capital, a companhia já teve valorização de 68,6%.