A BR Distribuidora (BRDT3) anunciou ontem seus números referentes ao exercício do quarto trimestre de 2020, atingindo um lucro líquido de R$ 3,148 bilhões, ajudado por mudanças no plano de saúde da companhia e por ganhos fiscais. Para analistas, os resultados positivos, em linha com o esperado, reforçam a recomendação de compra.
O volume de vendas da BR Distribuidora registrou uma alta de 3,5% na comparação ano a ano, com o indicador atingindo 10,278 milhões de metros cúbicos no quarto trimestre de 2020, em função de aumento das vendas no ciclo otto (7,1%), Diesel (5,7%) e óleo combustível (76,1%).
Com isso, a receita líquida do trimestre somou R$ 24,294 bilhões, variando positivamente 0,6% em relação ao mesmo período de 2019. O crescimento foi compensado parcialmente pela redução do preço médio de comercialização.
Na análise do Safra, os números apoiam a tese de melhora gradual da margem. “A BR Distribuidora (BRDT3) teve outro trimestre positivo, com volumes crescendo 9% sequencialmente e 4% acima dos níveis pré-pandemia do quarto trimestre de 2019, além de 6% acima do esperado”.
A instituição financeira recomenda compra, com preço-alvo de R$ 25,90.
Novos limites de alavancagem e dividendos
A empresa de logística também anunciou uma nova meta de alavancagem de até 2,5 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda para ” proporcionar a latitude de atuação necessária, de forma a viabilizar nossa captura de valor em novas oportunidades que se apresentem adiante”, disse a BR Distribuidora no relatório.
Segundo o BTG Pactual (BPAC11), a mudança “não apenas sugere que acelerará ainda mais o crescimento (um movimento bem-vindo), mas também poderá permitir dividendos ainda maiores à frente.”
A companhia propôs um pagamento de R$ 1,8 bilhão em dividendos adicionais, o equivalente a R$ 1,55 por ação ordinária. A medida ainda está sujeita à aprovação na assembleia de acionistas de 15 de abril.
“Com uma base de custos agora em linha ou até melhor que a dos pares, melhorando a execução comercial que deve permitir um crescimento de maior qualidade à frente e um forte desempenho inferior do preço das ações”, corroborou o BTG, “vemos a BRDT sendo negociada em valuations que acreditamos mais do que acomodar os novos riscos do negócio de distribuição de combustível.”
O BTG elevou sua recomendação para compra, com preço-alvo de R$ 27,00.
O Goldman Sachs também buscou observar as condições macro, embora favorecendo os aspectos micro da empresa. “Alguns investidores estão preocupados com uma possível projeção decorrente da intenção anunciada da Petrobras de vender sua participação na BRDT. Em nossa opinião, isso poderia explicar por que o preço das ações do BRDT não reflete totalmente os fundamentos aprimorados que previmos em 2020.”
O banco norte-americano recomenda compra dos papéis da BR Distribuidora a R$ 29,60.