BR Distribuidora (BRDT3) dispara 11% e Eletrobras (ELET3) afunda 7% no ‘efeito Wilson Ferreira Jr’
Por volta das 15h desta terça-feira (26), as ações da BR Distribuidora (BRDT3) lideravam as altas do Ibovespa, avançando 11,59% valendo R$ 23,27 cada. Por outro lado, a ação da Eletrobras (ELET3) liderava as baixas do Ibovespa, uma vez que operava em queda de 6,98%, aos R$ 28,13.
Os investidores estão de olho no anuncio que a Eletrobras fez no último domingo (24) sobre a renúncia de seu presidente e membro do Conselho de Administração, Wilson Ferreira Junior. Com isso, o executivo será o novo presidente da BR Distribuidora, ocupando o cargo de Rafael Grisolia, que deixará a empresa ao final deste mês, segundo informou a BR Distribuidora em fato relevante.
A saída de Ferreira, que foi justificada por razões pessoais, salientaram a insatisfação do executivo com a morosidade pela privatização da estatal.
Segundo Ferreira Junior, o Congresso não vê prioridade para a desestatização da Eletrobras, de modo que sua “contribuição seja perdida”. “Por parte do governo federal, continua sendo uma prioridade. Minha avaliação sobre andamento da privatização se deve a declarações que foram feitas”, disse em teleconferência com analistas na última segunda-feira (25).
Grisolia teve papel fundamental na privatização da BR Distribuidora
Grisolia ingressou na BR Distribuidora em 2017 como Diretor Executivo Financeiro e de Relações com Investidores para a condução de seu IPO e, desde 2019, ocupava o posto de Presidente.
De acordo com o comunicado da empresa, “Grisolia teve papel fundamental no processo de privatização da Companhia, um caso pioneiro de privatização via mercado de capitais. Sob sua gestão, a BR se reorganizou, teve ganhos significativos em rentabilidade, voltou a ganhar participação de mercado e teve avanços importantes em todos os compromissos assumidos durante a privatização”.
Já o BTG Pactual afirmou, em relatório, que acredita que a notícia de que Grisolia deixará a companhia pode abrir caminho para a Petrobras (PETR3; PETR4) vender sua participação restante de 37,5% na companhia.
Além disso, o BTG Pactual destaca que a chegada de Ferreira poderia proporcional “um sentimento positivo em relação à história pós-recuperação do BRDT, ou pelo menos que seu histórico comprovado no setor de energia poderia desencadear novas e mais ambiciosas aspirações de crescimento, o que poderia significa uma plataforma de energia mais diversificada”.
O BTG também afirmou que sua postura conservadora em relação às ações da BR Distribuidora permanece em função do atual mudanças competitivas e regulatórias no mercado de distribuição de combustíveis, “que podem continuar a dificultar ganhos de margem significativos e contribuir para taxas de retorno decrescentes”.