Em sua carta anual aos acionistas do JPMorgan, Jamie Dimon, diretor-executivo (CEO) do banco, afirmou estar otimista com o crescimento da economia americana, parcialmente por conta da resposta do governo do país à crise gerada pela pandemia da covid-19.
Para Jamie Dimon, apesar do aumento dos gastos e do déficit dos Estados Unidos, o combo formado pelos estímulos, o pacote de infraestrutura, a vacina bem-sucedida e a euforia do fim da pandemia devem levar o país a um boom econômico que deve ir “facilmente” até 2023.
Segundo o CEO do JPMorgan, que auxiliou o banco durante a crise de 2008 e foi parte do grupo que transformou a instituição na maior gestora de ativos dos Estados Unidos, a resposta do governo americano desta vez foi muito maior do que na época dos subprimes.
Jamie Dimon afirma, porém, que o tamanho do boom irá demorar a ser mensurado, pois a qualidade dos gastos do governo só poderá ser avaliada no longo prazo. “Alocado com sabedoria, o dinheiro criará mais oportunidades econômicas para todos”, afirma.
O CEO do JPMorgan avalia que o atual cenário do mercado de ações se encontra supervalorizado, mas que isso é justificado pela precificação do crescimento econômico futuro e pelo excesso de poupança que chega até às bolsas de valores.
Ao mesmo tempo, ele aponta que é necessário avaliar o preço da dívida dos EUA, que estaria, por enquanto, excessivamente cara. Esse exagero, para Jamie Dimon, se deve primeiro à enorme oferta da dívida, que precisa ser absorvida (o que leva o governo a elevar o que paga) e à possibilidade de que a inflação não seja um problema temporário.
Para Jamie Dimon, EUA tem histórico em superar dificuldades mas precisa se unir
Esse problema, porém, já teria sido enfrentado pelos Estados Unidos, que têm um histórico de superar seus desafios. “Em cada caso, o poder e a resiliência da América fortaleceram nossa posição no mundo, especialmente em relação aos nossos principais concorrentes. Mas desta vez pode ser diferente”, afirma.
Segundo Jamie Dimon, os rivais dos Estados Unidos pontuam que o país agora é uma nação dilacerada pela divisão política, racial e de renda e que é incapaz de coordenar seus esforços de maneira coerente. “Precisamos ir além de nossas diferenças e interesses próprios e agir pelo bem maior”, finaliza.
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