Bolsonaro visita Argentina nesta quinta-feira; entenda o que será tratado

O presidente Jair Bolsonaro vai à Argentina nesta quinta-feira (6) para encontro com Mauricio Macri. A viagem a Buenos Aires é a terceira internacional desde o começo do mandato. Isso porque o líder do Executivo já foi duas vezes aos Estados Unidos e uma ao Chile.

O encontro de Bolsonaro com Macri, contudo, carrega o peso da parceria comercial entre os dois países latinos, uma vez que a Argentina é o terceiro maior parceiro de comércio do Brasil. A frente estão apenas a China e os Estados Unidos.

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Dessa forma, na agenda de Bolsonaro desta quinta tem não apenas o encontro com Macri, mas com ministros argentinos. Assim, ocorrerão reuniões entre representantes das seguintes pastas dos dois países:

  • Casa Civil – Onyx Lorenzoni;
  • Economia – Paulo Guedes;
  • Defesa – Fernando Azevedo;
  • Agricultura – Tereza Cristina;
  • Minas e Energia – Bento Albuquerque;
  • Ciência e Tecnologia – Marcos Pontes;
  • Gabinete de Segurança Institucional – Augusto Heleno.

Além disso, ainda farão parte da comitiva de Bolsonaro, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel e o assessor internacional da Presidência da República, Filipe Martins. Também estarão presentes a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS). A comitiva deve chegar ao país por volta das 10h.

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Mercosul x União Europeia

Uma das principais demandas da Argentina com o Brasil no encontro desta quinta é a questão de um acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Assim, os vizinhos latinos consideram importante que um acordo seja negociado entre os blocos no auge da tensão da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. A informação foi divulgada pelo “Valor Econômico”.

O acordo entre o Mercosul e a União Europeia recebe os esforços, principalmente, dos dois integrantes do bloco americano. O Brasil e a Argentina estão trabalhando a fim de conseguir a parceria comercial entre o blocos.

Assim, os ministros da Economia dos dois países, Paulo GuedesNicolás Dujovne, fizeram uma reunião no final de abril para buscar a parceria. O Brasil e a Argentina buscam negociar, no Mercosul, a redução da TECTarifa Externa Comum.

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“A tarifa não pode ser um muro protecionista para isolar o Mercosul da economia mundial. Precisa ser um veículo de integração”, disse o secretário de Comércio Exterior brasileiro, Marcos Troyjo.

Bolsonaro em apoio a Macri

Além disso, as eleições argentinas são outra pauta do encontro entre os líderes. Isso porque Bolsonaro é apoiador declarado de Macri. O apoio do presidente a candidatos em pleitos de outros países não é inédito. Bolsonaro declara apoio ao presidente americano Donald Trump, além de Benjamin Netanyahu, em Israel.

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Na Argentina, Bolsonaro já se colocou contra a candidatura de Cristina Kirchner e afirmou que se ela ganhar, o país “pode virar uma Venezuela”. Contudo, Kirchner anunciou sua candidatura apenas como vice-presidente de Alberto Fernández. Além disso, a visita do presidente a Macri ocorre meses antes das eleições que será em outubro.

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Relações comerciais

As relações de comércio e negócios entre as duas nações latinas também estão na agenda dos dois líderes. O comércio entre Brasil e Argentina alcançou os US$ 26 bilhões no último ano. Apesar dos altos valores, o número é 3,9% do que o registrado no ano anterior. Além disso, as exportações do Brasil para a Argentina caíram 41% entre do começo do ano até o mês de maio.

As exportações do País para os vizinhos chegam a alcançar os R$ 15 bilhões. Dessa forma, os principais produtos vendidos são os manufaturados, a exemplo, os automóveis. O superávit comercial com do Brasil com o país é de R$ 4 bilhões no último ano.

A redução no comércio bilateral se dá, principalmente, por conta da crise econômica que o vizinho latino passa. No ano passado, o governo de Mauricio Macri solicitou ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI). Com o órgão, a Argentina obteve linha de crédito de US% 56 bilhões.

O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, projeta uma recessão de 2,2% para o país em 2019. Já o Banco Mundial estima que o PIB do país caia 1,2% neste ano.

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A medida escolhida pelo presidente argentino para buscar o controle da crise no país foi o congelamento dos preços. Dessa forma, a decisão foi anunciada por Macri em abril. O líder argentino optou por congelar os preços após a alta de 4,7% da inflação no mês de março.

Ainda nos acordos comerciais, o Brasil e a Argentina devem discutir nesta quinta, pontos nos setores da defesa, bioenergia e mineração.

Beatriz Oliveira

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