O presidente Jair Bolsonaro, em entrevista concedida na porta do Palácio da Alvorada nesta terça-feira (7), procurou afastar qualquer chance de esfriamento nas relações comerciais entre Brasil e Irã.
Bolsonaro foi questionado após Teerã ter convocado a encarregada brasileira em negócios com o Irã, Maria Cristina Lopes, na última segunda-feira (6) para uma conversa que com teor reservado e o assunto não será divulgado, segundo o Itamaraty.
Na madrugada da última sexta-feira (7), general iraniano Qassem Soleimani, chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, foi morto em um ataque por drones ordenado pelo governo norte-americano. De acordo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o ataque serviu para “parar” uma guerra, não iniciar uma.
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Um dia após a morte de Soleimani , o Itamaraty divulgou uma nota na qual disse apoiar a “luta contra o flagelo do terrorismo”. Na nota, o governo brasileiro também condenou um ataque à embaixada dos Estados Unidos em Bagdá.
“Temos comércio com o Irã e vamos continuar com este comércio”, afirmou Bolsonaro nesta terça.
Logo após, quando o tema voltou a ser levantado, o mandatário demonstrou desinteresse em se estender no assunto. “Me reservo ao direito de estadista de não discutir este assunto […] O Irã tomou alguma medida contra nós? Eu acho que não”, disse.
Bolsonaro diz que conversará com Ernesto Araújo
Além de comentar sobre as relações comerciais com o Irã, o presidente brasileiro afirmou nesta terça que irá conversar com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para decidir o que fazer após o Irã pedir explicações à diplomacia brasileira sobre o posicionamento do Brasil em meio às tensões no Oriente Médio.
“Estou aguardando o que haverá após essa convocação aí. Nós repudiamos terrorismo em qualquer lugar do mundo e ponto final” afirmou o mandatário.
“O Ernesto está fora do Brasil. Chegando aqui, vou conversar com ele. Eu costumo não conversar sobre certos assuntos sem antes ouvir o respectivo ministro”, disse Bolsonaro.