O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demonstrou otimismo em relação à aprovação da privatização dos Correios no Congresso. Durante um discurso na cerimônia de sanção da Lei de Capitalização da Eletrobras (ELET3), o mandatário disse que “se Deus quiser, elas prosperarão (as privatizações) e o Brasil cada vez mais se tornará um país menos inchado”.
Bolsonaro também admitiu que fez votos equivocados em matérias relativas à economia durante o período no qual exerceu mandato de deputado federal. “Fui, ao longo do tempo, aprendendo a votar nas questões econômicas. Paulo Guedes [atual ministro da Economia], você não se aproximaria de mim”, brincou o político.
Em seu período como parlamentar, Jair Bolsonaro se opôs à reforma da previdência proposta pelo governo Temer e criticou duramente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pela venda de companhias estatais na década de 1990. Em declaração intempestiva, chegou a dizer que o tucano deveria ter sido fuzilado pelas medidas.
O discurso econômico liberal entrou na agenda de Bolsonaro às vésperas das eleições presidenciais de 2018, quando antagonizou com o Partido dos Trabalhadores (PT).
Bolsonaro descarta a possibilidade de privatização da Caixa
No entanto, em sua fala na solenidade que marcava a aprovação da transferência da Eletrobras para o setor privado, o presidente ainda se mostrou reticente em relação à agenda de venda de ativos. “Eu ainda não fui totalmente convertido ao Paulo Guedes”, disse após descartar a possibilidade de privatização da Caixa Econômica Federal, que, segundo ele, não faz parte nem dos planos do ministro da Economia.
Bolsonaro também comparou, em tom jocoso, o secretário da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, ao personagem de desenho animado Tio Patinhas, por adotar critérios rigorosos para liberação de recursos e defender política de austeridade. “Paulo Guedes não dá nada. O Tostes é um verdadeiro Tio Patinhas. Não consegue tirar nada dele”, brincou.
Com informações do Estadão Conteúdo