O presidente Jair Bolsonaro anunciou que vai se reunir com o vice-presidente, general Hamilton Mourão, e ministros para tratar sobre a situação da Venezuela. O encontro acontece nesta terça-feira (30) às 12h30.
A reunião de emergência no Palácio do Planalto será com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O encontro não estava previsto na agenda de Bolsonaro. Entretanto, ministros foram convocados depois que Juan Guaidó ameaçou depor Nicolás Maduro do poder na Venezuela.
Guaidó anuncia apoio de militares
O autoproclamado presidente da Venezuela anunciou nesta terça que tem o apoio dos militares contra Nicolás Maduro. Guaidó afirmou pelo Twitter que se encontrou com unidades das Forças Armadas do país e que deu início à fase final da “Operação Liberdade”.
O presidente autoproclamado convocou a população para protestar nas ruas. Segundo ele, o povo deve buscar “o fim da usurpação”. Uma manifestação contra Maduro já estava convocada para o próximo dia 1.
Pueblo de Venezuela inició el fin de la usurpación. En este momento me encuentro con las principales unidades militares de nuestra Fuerza Armada dando inicio a la fase final de la Operación Libertad.
— Juan Guaidó (@jguaido) 30 de abril de 2019
O ministro da defesa, Vladimir Padrinos, confirmou que as forças militares seguem fiéis ao governo de Nicolás Maduro. “A Fanb se mantém firme na defesa da Constituição Nacional e de suas autoridades legítimas”, publicou ele no Twitter.
La FANB se mantiene firme en defensa de la Constitución Nacional y sus autoridades legítimas. Todas las unidades militares desplegadas en las ocho Regiones de Defensa Integral reportan normalidad en sus cuarteles y bases militares, bajo el mando de sus comandantes naturales.
— Vladimir Padrino L. (@vladimirpadrino) 30 de abril de 2019
O vice-presidente de comunicações de Juan Guaidó, Jorge Rodríguez, confirmou que alguns grupos de militares fizeram oposição ao chamado do líder autoproclamado.
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“Informamos ao povo da Venezuela que neste momento estamos enfrentando e controlando um reduzido grupo de militares traidores que se posicionaram contra a Constituição e a paz da República”, publicou Rodríguez no Twitter.
Informamos al pueblo de Venezuela que en estos momentos estamos enfrentando y desactivando a un reducido grupo de efectivos militares traidores que se posicionaron en el Distribuidor Altamira para promover un Golpe de Estado contra la Constitución y la paz de la República… 1/2
— Jorge Rodríguez (@jorgerpsuv) 30 de abril de 2019
Juan Guaidó autoproclamado presidente
O líder oposicionista Juan Guaidó se autoproclamou presidente da Venezuela em janeiro deste ano. O então presidente da Assembleia Nacional tomou a decisão alegando fraudes no pleito que reelegeu Maduro para o segundo mandato.
A oposição acusa o presidente chavista de usurpação do poder. Guaidó conseguiu o amplo reconhecimento da comunidade internacional. Países como os Estados Unidos e o Brasil consideram-no como líder da Venezuela.
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Crise na Venezuela
Em meio a disputa pelo poder, o país entrou em uma profunda crise econômica. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a inflação na Venezuela chegue a 10000000% em 2019. Além disso, a previsão é de que a economia encolha 25% neste ano.
Os reflexos nos preços dos produtos e serviços têm como consequência um cenário de miséria e fome no país. Dessa forma, mais de 3 milhões de pessoas deixaram a Venezuela nos últimos anos.
A comunidade internacional ofereceu ajuda humanitária com cargas de alimentos e remédios a Juan Guaidó. Entretanto, Maduro proibiu a entrada dos produtos fechando as fronteiras com o Exército.
En el marco de nuestra constitución. Y por el cese definitivo de la usurpación. https://t.co/3RD2bnQhxt
— Juan Guaidó (@jguaido) 30 de abril de 2019