O presidente Jair Bolsonaro declarou na segunda-feira (06), que o preço da gasolina “tem que cair” com as baixas nas cotações do petróleo Brent, referência para a Petrobras (PETR4) no mercado internacional.
“Precisa ter bola de cristal para dizer que tem que cair o preço da gasolina caindo o Brent? Se eu não me engano, quase US$ 10 de redução. Tem que cair. Eu falei isso aí, pronto, informação privilegiada”, afirmou Bolsonaro a apoiadores ao chegar ao Palácio da Alvorada.
Essa fala do presidente vem após ele dizer no final de semana que a Petrobras anunciaria uma redução no valor dos combustíveis – e levar a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a abrir processo administrativo contra a estatal.
Ainda na segunda, a Petrobras emitiu um comunicado ao mercado para desmentir a declaração de Bolsonaro e informou que não antecipa decisões sobre reajustes de preços.
Cotação do petróleo
Referência internacional para a formação de preços da Petrobras, o petróleo Brent, negociado em Londres, fechou na segunda a US$ 73,08 o barril, após subir 4,58%.
Um mês atrás, o contrato futuro mais líquido desse ativo terminou a sessão cotado em US$ 82,74. Em um mês, portanto, houve queda de US$ 9,66.
De olho nos efeitos da inflação em sua popularidade às vésperas das eleições, o presidente tem sido um crítico contumaz da política de preços da Petrobras, que alinha os reajustes dos combustíveis à variação do petróleo no exterior.
Petrobras avalia redução no preço da gasolina
A possibilidade de redução no preço da gasolina foi citada pelo presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, durante audiência pública no Senado, no último dia 23 de novembro. Pressionado por senadores, Silva e Luna afirmou na ocasião que a empresa estava há 30 dias sem reajustar os preços e que analisava se faria uma redução.
Mesmo antes da aguardada redução do preço dos combustíveis, devido ao recuo do petróleo no mercado internacional, levantamento feito semanalmente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) verificou estabilidade nas bombas dos postos de abastecimento na semana de 28 de novembro a 4 de dezembro, com registro até de ligeiros recuos.
O preço médio da gasolina na semana passada ficou em R$ 6,742 o litro, levemente abaixo dos R$ 6,749 da semana anterior. O preço mais elevado foi de R$ 7,962, no Sul, o mesmo preço de uma semana antes, e o mais baixo, de R$ 5,299, no Sudeste.
O diesel também apresentou leve recuo na semana passada. A média foi de R$ 5,355, contra preço médio de R$ 5,366 na semana anterior, sendo o preço mais alto, de R$ 6,700, encontrado na região Norte, e o mais baixo, de R$ 4,070 o litro, na região Nordeste.
O gás de cozinha foi outro produto que parou de subir, registrando preço médio de R$ 102,40 para a unidade de 13 quilos, sendo o mais caro encontrado a R$ 140 já há quatro semanas na região Centro-Oeste, e o mais baixo a R$ 78, no Sudeste.
Não há previsão de exatamente quando a Petrobras deve anunciar a mudança no preço da gasolina e se o anúncio será de recuo.
Com informações de Estadão Contéudo.