O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pretende antecipar sua volta ao Brasil para os próximos dias. Contudo, segundo informações divulgadas na segunda (9), essa mudança de rota às pressas não foi motivada pelas invasões em Brasília do último domingo (8), e sim pelo estado de saúde do ex-governante.
“Vim [aos Estados Unidos] para ficar até o final do mês [janeiro], mas pretendo antecipar minha volta. Porque, no Brasil, os médicos já sabem do meu problema de obstrução intestinal por causa da facada. Aqui, os médicos não me acompanharam”, explicou Bolsonaro em entrevista à CNN Brasil.
Jair Bolsonaro está internado em um hospital em Orlando, nos Estados Unidos, por causa de uma obstrução intestinal grave. O candidato derrotado nas eleições de 2022 viajou para os Estados Unidos antes do término do seu mandato e não passou a faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito neste pleito.
“Essa já é a minha terceira internação por obstrução intestinal grave. Vim passar um tempo fora com a família, mas não tive dias calmos. Primeiro, houve esse lamentável episódio [invasões em Brasília] no Brasil e depois essa minha internação no hospital”, explicou o político, que foi hospitalizado na segunda após sentir desconfortos na noite de domingo (8).
Na entrevista, o político ressaltou que “está bem” e que deve receber alta médica nos próximos dias.
Bolsonaro e as invasões em Brasília
No domingo (8), manifestantes extremistas invadiram os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e também o Palácio do Planalto, em Brasília. Os vândalos questionam o resultado das eleições presidenciais de 2022 e a presidência de Lula.
A ação dos radicais que não aceitam a derrota de Jair Bolsonaro não chega a ser uma surpresa. No sábado (7), o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, assinou uma portaria que autorizou a atuação da Força Nacional contra o que classificou como “ameaças veiculadas contra a democracia”.
Lula decretou uma intervenção federal no DF até o dia 31 de janeiro. De acordo com o decreto, a decisão visa “pôr termo ao grave comprometimento da ordem pública”.
Após o caos na capital federal, o senador Renan Calheiros (MDB) começou a articular a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. Em entrevista ao Valor Econômico, o senador destacou que uma das primeiras medidas da comissão será o pedido de extradição de Bolsonaro, caso ele ainda não tenha voltado ao Brasil.
No Twitter, Bolsonaro repudiou as acusações de que seria um dos culpados pelas invasões em Brasília. “Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra”, escreveu o político na rede social. Confira os tuítes: