Bolsonaro indica Ricardo de Aquino Salles para Meio Ambiente
O presidente eleito Jair Bolsonaro publicou neste domingo (09), em sua conta do twitter, o nome do futuro ministro do Meio Ambiente: Ricardo de Aquino Salles.
Aquino foi secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo durante o governo de Geraldo Alckmin, antes da nomeação de Bolsonaro.
Natural de São Paulo, Salles tem 43 anos, é advogado e presidente do movimento “Endireita Brasil”. O movimento tem vínculo com o Instituto Millenium, centro de pesquisas brasileiro.
Nas eleições de 2018, Salles concorreu para deputado federal pelo Partido Novo em São Paulo. Porém, não foi eleito.
Comunico a indicação do Sr. Ricardo de Aquino Salles para estar à frente do futuro Ministério do Meio Ambiente.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 9 de dezembro de 2018
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Histórico de investigações
Ricardo de Aquilo Salles é alvo de investigação do Ministério Público em uma ação civil. De acordo com o órgão, o futuro ministro do Meio Ambiente favoreceu empresas de mineração na definição do plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Tietê.
Segundo os promotores, este favorecimento poderia causar danos ao meio ambiente.
Em março de 2017, o MP requereu a eliminação do plano de manejo e o afastamento do então secretário.
Em segunda instância, o pedido foi acatado e o plano anulado, em processo avaliado em R$ 50 milhões. Salles pediu demissão e deixou o governo em agosto de 2017.
O advogado também é investigado por improbidade administrativa, violação aos princípios constitucionais da administração pública, e processo civil por dano ao erário (órgão público).
Suspeito também de atuar no governo estadual com os interesses de empresas, Salles foi investigado em inquéritos policiais por enriquecimento ilícito e advocacia administrativa.
Os inquéritos ocorreram em 2017, de acordo com a promotora de Justiça Miriam Borges.
O futuro ministro não foi condenado em nenhuma apuração até então.
Ministérios definidos
Durante sua campanha eleitoral, Bolsonaro disse que pretendia fundir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. No entanto, não o fez. A futura ministra da Agricultura será Tereza Cristina (DEM).
À Imprensa, o presidente eleito tem ressaltado a necessidade de alinhamento entre proteção ambiental e o desenvolvimento do país.
“Não vou mais admitir o Ibama sair multando a torto e a direito por aí, bem como o ICMbio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade]. Essa festa vai acabar”, disse Bolsonaro em evento militar no sábado (01).
Salles foi o último ministro designado. Confira abaixo os outros 21 nomes:
- Onyx Lorenzoni (Casa Civil)
- Paulo Guedes (Economia)
- General Augusto Heleno (Segurança Institucional)
- Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia)
- Sérgio Moro (Justiça)
- Tereza Cristina (Agricultura)
- General Fernando Azevedo e Silva (Defesa)
- Ernesto Araújo (Relações Exteriores)
- Roberto Campos Neto (Banco Central)
- Wagner Rosário (Transparência e CGU)
- Luiz Henrique Mandetta (Saúde)
- André Luiz de Almeida Mendonça (AGU)
- Gustavo Bebianno (Secretaria Geral da Presidência)
- Ricardo Vélez Rodríguez (Educação)
- General Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo)
- Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura)
- Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional)
- Osmar Terra (Ministério da Cidadania)
- Marcelo Álvaro Antônio (Turismo)
- Bento Costa Lima (Minas e Energia)
- Damares Alves (Direitos Humanos)
Jair Bolsonaro tomará posse da presidência da República em 1º de janeiro de 2019.