O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nessa terça-feira (18) que vai estudar a reforma administrativa a “noite toda de hoje”. O texto chegou em suas mãos pela manhã, durante a reunião ministerial no Palácio da Alvorada.
De acordo com o ministro da Secretaria do Governo, Luiz Eduardo Ramos, a previsão da chegada do texto no Congresso é para a próxima quinta-feira (20). Após voltar à residência oficial, Bolsonaro falou rapidamente com os jornalistas: “Vou papirar hoje à noite. Vou estudar a noite toda hoje, peguei o consolidado agora”.
Bolsonaro defende Paulo Guedes
Quando questionado, o presidente se recusou a comentar o havia dito em discurso sobre o caso do ministro da Economia, Paulo Guedes. “É só ouvir o vídeo aí”, voltando-se aos jornalistas.
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Durante o discurso de posse do novo ministro da Casa Civil, general Walter Braga Neto, Bolsonaro saiu em defesa de Guedes. O presidente afirmou que ele “continuará no governo até o último dia”. Disse ainda que o ministro da Economia sofre ataques, muito mais pela sua competência do que pelos pequenos deslizes, que eu já cometi muitos no passado”.
Bolsonaro defendeu Guedes declarando que o ministro da Economia Paulo Guedes permanecerá no governo “até o último dia”. O presidente salientou que o governo devem muito à capacidade de Guedes, e por isso continuará no Executivo até o final do mandato.
“Se o Paulo Guedes tem problemas pontuais, como todos nós temos, e sofre ataques, é muito mais pela sua competência do que pelos possíveis pequenos deslizes, que eu já cometi muitos no passado”, argumentou Bolsonaro. O presidente afirmou ainda que o ministro da Economia “não é militar, mas é um jovem aluno do Colégio Militar de Belo Horizonte”.
O presidente salientou ainda que “é difícil tomar uma decisão, mas pior do que uma decisão mal tomada, é uma indecisão”. “Não tivemos indecisão e nós tivemos decisões muito bem tomadas para o bem do nosso Brasil”, completou Bolsonaro.
Guedes alvo de desgaste político
O ministro da Economia está sob forte pressão por causa de uma série de frases pronunciadas nos últimos dias, e que provocaram muitas polêmicas.
O primeiro episódio ocorreu quando Paulo Guedes comparou servidores públicos a “parasitas”, durante uma palestra no Rio de Janeiro. O ministro estava discursando em defesa da reforma administrativa.
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“O governo está quebrado. Gasta 90% da receita toda com salário e é obrigado a dar aumento de salário. O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo, o hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático, não dá mais”, declarou o economista na ocasião.
Além disso, em outra ocasião próxima, o ministro chegou a afirmar que com o dólar baixo “era uma festa danada”, todo mundo estava indo para a Disney, “inclusive empregada doméstica”.
Ambos as frases repercutiram muito mal na imprensa e também no ambiente político em Brasília. Algo que poderia dificultar a aprovação das reformas enviadas pelo Executivo para o Congresso.
Além desses desgastes políticos, Paulo Guedes está sob os holofotes por causa da alta do dólar, pela condução da política econômica, e da redução da previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Algo que levou Bolsonaro a comentar em sua defesa.