Bolsonaro diz que Brasil terá ‘maior deflação desde o Plano Real’
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta terça-feira (2), em entrevista ao SBT, que a deflação a ser verificada no País deve ser a maior desde o Plano Real.
De acordo com Bolsonaro, a população sentirá redução na conta de luz já neste mês.
Apesar de o presidente não ter especificado a que índice estava se referindo ao falar de deflação, o índice negativo deve ser verificado somente nos preços administrados.
Será a primeira deflação anual do Plano Real a ser verificada em itens administrados em meio ao efeito das medidas tributárias para baixar os preços de combustíveis e energia.
Os cálculos se referem à série histórica do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), consultada pela ASA Investments. Já a estimativa do mercado para o IPCA de 2022 é de uma alta de 7,15%, acima da meta de inflação.
Bolsonaro afirmou que o dólar não sobe no Brasil devido à suposta responsabilidade fiscal do governo. Na verdade, a moeda americana comercial avançou 1,94% nesta terça-feira, e chegou aos R$ 5,279 hoje, mas por fatores externos, como a tensão sino-americana.
Mais uma vez na tentativa de reduzir a dependência brasileira de fertilizantes do mercado internacional, Bolsonaro ainda declarou na entrevista que tem estudado retirar os insumos de algas marítimas, mas não deu detalhes.
Bolsonaro diz que ‘não foi fácil lutar contra lobby dos combustíveis’
O presidente Jair Bolsonaro também afirmou que “não foi fácil” lutar contra o que ele chamou de lobby dos combustíveis.
A fala de Bolsonaro se dá após, às vésperas das eleições, o governo patrocinar uma série de medidas, aprovadas no Congresso, para tentar alavancar a popularidade do chefe do Executivo, candidato à reeleição.
Alguns exemplos são o teto para o ICMS, a venda direta de etanol e a emenda constitucional que decretou estado de emergência no País para permitir o aumento do Auxílio Brasil a R$ 600 e a concessão de benefícios a taxistas e caminhoneiros.
“Não foi fácil lutar contra o lobby dos combustíveis. É o mais organizado. Uma das coisas que ajudaram a baixar o preço do etanol foi a venda direta”, disse Bolsonaro a apoiadores, ao retornar ao Palácio da Alvorada nesta segunda, 1º.
“O usineiro viajava 200, 300, 400, 500 quilômetros até uma distribuidora e depois voltava para casa. Não foi fácil a gente botar um ponto final no lobby das distribuidoras”, emendou Bolsonaro.
Com informações Estadão Conteúdo