Bolsonaro convoca reunião para tratar de preços da Petrobras
O presidente Jair Bolsonaro convocou uma reunião com ministros e técnicos para tratar da questão da política de preços da Petrobras. A reunião deveria ocorrer na próxima terça-feira (16).
Bolsonaro convocou o encontro após a intervenção do governo sobre a política de reajustes de preços da Petrobras. O Executivo barrou a decisão da estatal de aumentar de 5,7% o preço do óleo diesel.
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A decisão de barrar o aumento de preços provocou uma forte queda das ações da Petrobras na Bolsa de Valores. A estatal perdeu R$ 32 bilhões do valor de mercado da empresa.
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Reunião confirmada pelo Planalto
A reunião convocada pelo presidente foi confirmada pelo porta-voz do Palácio do Planalto, general Otávio Rêgo Barros. Segundo Barros, Bolsonaro estaria preocupado com o impacto do ajuste do combustível.
“O encontro de terça caracteriza a necessidade do dirigente do poder executivo de identificar quais os aspectos que levam realmente às decisões que são tão importantes à sociedade”, explicou o porta-voz da Presidência da República.
Entretanto, Barros não esclareceu se durante a reunião será tomada uma decisão sobre os preços do diesel. “A reunião, por princípio, é para tomar uma decisão. Mas se exigir um aprofundamento de alguns dados, naturalmente não será na terça-feira o resultado final”, afirmou o porta-voz da Presidência.
Petrobras reafirma independência
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, reafirmou a independência da estatal. “A Petrobras é uma companhia completamente autônoma na tomada de decisões”, afirmou o executivo.
Nenhuma interferência
Barros afirmou que, a princípio, Bolsonaro considera que o governo não deve interferir na política de preços da Petrobras.
“Por princípio, o presidente entende que a Petrobras, uma empresa de capital aberto, sujeita às regras de mercado, não deve sofrer interferência política em sua gestão. Aliás, uma das razões para a crise que vínhamos incorrendo em governos passados e que quase distribuiu aquela empresa”, explicou o porta-voz.
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Barros negou que a intervenção na política de preços signifique que o governo ficará refém dos caminhoneiros. A categoria vem ameaçando possível greves caso o preço do combustível aumente. “O governo não é refém de ninguém, está aqui representando a sociedade e para conduzir o país para os rumos para os quais a sociedade deseja, não rumos transversos e equivocados do passado”, explicou o porta-voz.
Paulo Guedes
Questionado sobre a interferência do governo nos preços da Petrobras, o ministro da Economia, Paulo Guedes, respondeu: “Eu não sei nem do que vocês estão falando”. O ministro disse que passou “o dia todo trabalhando” e que não tem informações a respeito do ocorrido. “Eu tenho um silêncio ensurdecedor para os senhores”, disse para jornalistas.