Neste sábado (27) o presidente Jair Bolsonaro anunciou que a linha de propaganda do governo mudou. O governante não quer mais que seja utilizado dinheiro público para fazer propagandas como a do Banco do Brasil (BB).
A campanha lançada pelo BB tinha a diversidade como pauta e os jovens como público-alvo. No vídeo de 30 segundos, aparecem mulheres e homens negros, pessoas com cabelos coloridos e diferentes cortes, jovens e idosos. As personagens aparecem realizando as ações faladas pelo narrador do vídeo. As pessoas estão em festas, salão de beleza e na rua.
De acordo com o presidente essa propaganda tem uma linha de pensamento contrária a da população. E afirma que a massa deseja “respeito à família”.
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“Quem indica e nomeia presidente do Banco do Brasil, não sou eu? Não preciso falar mais nada então. A linha mudou, a massa quer respeito à família, ninguém quer perseguir minoria nenhuma. E nós não queremos que dinheiro público seja usado dessa maneira. Não é a minha linha. Vocês sabem que não é minha linha,” afirmou Bolsonaro.
Na última sexta-feira (26) a Secretária Especial de Comunicação Social (Secom) enviou e-mail as estatais informando que todas precisariam enviar o material de propaganda para que pudesse ser analisado antes de ir para mídia. De acordo com a Secom o objetivo era “maximizar o alinhamento de toda ação de publicidade.”
Divergências
Entretanto, o Ministro-Chefe da Secretaria de Governo, Santos Cruz, emitiu uma nota na última sexta, informando que não haverá interferência sobre propagandas estatais.
Para Santos Cruz, essa medida determinada fere a Lei das Estatais, de acordo com o próprio “não cabe à administração direta intervir no conteúdo da publicidade estritamente mercadológica das empresas estatais.”
O presidente foi questionado neste sábado de como controlaria a publicidade de todas as estatais e Bolsonaro respondeu o seguinte:
“Olha, por exemplo, meus ministros, eu tinha uma linha, armamento. Eu não sou armamentista? Então ministro meu ou é armamentista ou fica em silêncio. É a regra do jogo!”
Comercial do Banco do Brasil
O Banco do Brasil retirou do ar na quinta-feira (25) uma campanha publicitária. A ação teria sido exigida pelo presidente Jair Bolsonaro, segundo o colunista Lauro Jardim, do “O Globo”.
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Após a remoção da campanha das mídias, foi anunciada a saída do diretor de marketing do BB. Delano Valentim não será demitido da instituição, contudo, não continuará no comando do departamento de marketing do banco. Ele está de férias e será realocado quando voltar.
“O presidente Bolsonaro e eu concordamos que o filme deveria ser recolhido. A saída do diretor é uma decisão de consenso, inclusive com aceitação do próprio”, disse o presidente do banco, Rubem Novaes ao colunista.