O presidente Jair Bolsonaro atribuiu os problemas na articulação política ao seu estado de saúde e à falta de indicações dos partidos políticos.
Mais cedo, Bolsonaro concedeu uma entrevista ao apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes. Na fala, o presidente também disse que não tem condições de atender a todos os parlamentares.
Saiba mais: Paulo Guedes afirma não ter apego ao cargo; Bolsa reage negativamente
“Quando você olha para o Parlamento, você não vê apenas o presidente da Câmara ou o do Senado, você vê 594 congressistas. E grande parte deles quer falar comigo. Para conversar os mais variados assuntos. Eu não tenho como atender a todo mundo” afirmou Bolsonaro.
De acordo com o presidente, a recuperação da cirurgia para a reconstrução do aparelho digestivo dificulta a articulação política. “É lógico que (a recuperação) atrapalha. Além de não poder ir mais tarde no expediente e tenho que encerrar 18, 19 horas. Então isso atrapalha um pouco,”
Rodrigo Maia
Jair Bolsonaro falou também sobre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Segundo Bolsonaro, Maia pode ter levado a prisão de Moreira Franco, ex-ministro de Michel Temer, para o lado pessoal. O deputado é sogro de Moreira.
“Ele está um pouco abalado com questões pessoais que vem acontecendo na vida dele, coisas pessoais que passa pelo estado emocional dele no momento”, disse Bolsonaro.
Saiba mais: Após dois golpes, Ibovespa desaba ainda mais com declaração de Rodrigo Maia
O presidente pretende se encontrar com Rodrigo Maia após o retorno da viagem que fará para Israel, no próximo final de semana.
“Nós vamos nos encontrar. Da minha parte, a minha mão está sempre estendida. Todo mundo tem responsabilidade com o Brasil. Estão fazendo uma tempestade em copo d’água”, argumentou.
Por outro lado, Bolsonaro defendeu a postagem do filho, Carlos Bolsonaro, sobre Rodrigo Maia nas redes sociais. “Ele [Maia] foi infeliz quando fez uma crítica ao Sergio Moro, falando que é meu funcionário. O que o meu filho fez foi perguntar porque ele andava tão nervoso. Se eu ficar irritado por causa disso… Nós somos políticos, levamos porrada”, disse.
Saiba mais: Entenda como a prisão de Temer pode afetar a reforma da Previdência
No fim da entrevista, Bolsonaro reafirmou que não possui problemas com o Congresso. “Da minha parte não tem briga, não tem problema nenhum, o que cobram de mim é a interlocução, mas não tem como. A minoria pede, você sabe o que [se referindo a cargos]. Fazem pauta bomba para me constranger positivamente. Vamos fazer bons projetos na Câmara e no Senado para tirar o país da situação que se encontra. Não vem me pedir, o que pouquíssimos pedem, que aí não dá certo”.