O presidente Jair Bolsonaro (PSL), afirmou no último sábado (31) que pretende realizar alterações em relação às mudanças promovidas pela reforma trabalhista da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 2017.
Bolsonaro declarou que apoiará a ideia se Rogério Marinho, secretário especial de Previdência e Trabalho, formular uma outra proposta de reforma trabalhista. “Se o Rogério Marinho enviar outra, eu apoio”, disse.
As declarações foram dadas pelo presidente em um almoço do lado de fora do Quartel General do Exército, em Brasília. Os repórteres convidados sentaram-se junto a ele, que falou por uma hora e meia. A entrada de gravadores e celulares foram proibidos.
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Bolsonaro defendeu mais uma vez o seu discurso de que “excesso de direitos” acarreta em menos empregos.
“Quem não tem direito nenhum é quem está desempregado”, disse o presidente. Para ele, se a reforma trabalhista de 2017 não ocorresse, “a situação hoje estaria muito pior”.
Reforma tributária e CPMF
Bolsonaro, ainda, voltou a criticar a ideia de incluir um imposto similar à CPMF na reforma tributária que será enviada ao Congresso pelo governo. “Já falei para a minha equipe que CPMF não dá; é uma ideia carimbada já”, disse o mandatário.
A ideia da criação de uma “nova CMPF” vem sendo levantada pelo secretário da Receita Federal, Marcos Cintra. O antigo “imposto do cheque” também enfrenta resistência na Câmara dos Deputados.
Bolsonaro disse que quer entregar ao Congresso uma reforma tributária que interfira somente nos impostos federais.
Na última terça-feira (27), o deputado e relator da Proposta de Emenda (PEC) à Constituição da reforma tributária, Aguinaldo Ribeiro, afirmou que não acredita que a nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) seja aprovada na Câmara dos Deputados.
“O próprio presidente [Jair] Bolsonaro já havia se manifestado contra, o presidente [da Câmara] Rodrigo Maia também. Eu pessoalmente acho que não tem ambiente, já disse por várias vezes que lá não passa”, afirmou Ribeiro ao site “Infomoney”. No entanto, o relator reitera que não quer se colocar como resistente a nenhuma proposta da reforma tributária.