Após a queda de 14% das ações da Amazon (AMZO34), que divulgou seu balanço trimestral nesta quinta (28), as bolsas de Nova York tiveram forte baixa nesta sexta-feira, 29, com seus três principais índices acionários fechando o dia com quedas entre 2% e 4%. Foi um mês de perdas expressivas para o mercado de ações em Wall Street, principalmente para a Nasdaq, que teve seu pior desempenho percentual desde a crise de 2008. O S&P 500 teve seu pior mês desde março de 2020 e seus meses iniciais com maiores quedas desde 1939.
A queda das Bolsas em Nova York desta sexta foi puxada por uma onda de vendas de papéis do setor de tecnologia e telecomunicações, impactado por balanços de grandes companhias, como Amazon e Intel. Incertezas quanto ao crescimento global e a perspectiva de forte aperto monetário nos EUA também pesaram nos índices.
O índice Dow Jones recuou 2,77% nesta sexta, 2,47% na semana e 4,91% no mês, aos 32.977,21 pontos. Já o S&P 500 teve baixa diária de 3,63%, semanal de 3,27% e mensal de 8,80%, aos 4.131,93 pontos. Por fim, o Nasdaq encerrou o dia com baixa de 4,17%, a semana com queda de 3,93%, e despencou 13,26% no acumulado de abril, aos 12.334,64 pontos.
Destaque do dia, a Amazon terminou a sessão com variação negativa de 14,05%, após a big tech reportar seu primeiro prejuízo trimestral desde 2015. A Apple (AAPL34), que também divulgou resultados na quinta, caiu 3,66%, seguida por Microsoft (MSWFT34), que afundou 4,18%. Embora os números trimestrais da Intel (ITLC34) tenham sido positivos, a previsão da companhia para o mercado de chips semicondutores afastou investidores, e a ação da empresa recuou 6,94%. A Tesla (TSLA34) não conseguiu sustentar ganhos e caiu 0,77%, mesmo após a notícia da venda de US$ 8,5 bilhões em ações pelo CEO da montadora, Elon Musk.
Bolsas de Nova York: olho no Fed
As petroleiras ExxonMobil (EXXO34), queda -2,24%, e Chevron (CHVX34), baixa de 3,16%, também reportaram balanços nesta sexta, e o lucro por ação no trimestre passado de ambas as empresas decepcionou acionistas, penalizando os papéis.
“Ações nos EUA não tiveram chance depois que os resultados de empresas de tecnologia de mega capitalização decepcionaram, além de um ganho trimestral recorde para o índice de custo de emprego, observado de perto pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell”, afirma o economista da Oanda, Edward Moya. O indicador mencionado pelo analista subiu 1,4% no primeiro trimestre de 2022 ante o anterior, reforçando a perspectiva de um forte aperto monetário na principal economia global, a começar pela decisão da próxima quarta-feira (04).
Também foi divulgado o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida inflacionária preferida pelo Fed e que teve alta anual de 6,6% em março. Já os gastos com consumo subiram 1,1% e a renda pessoal avançou 0,7%, entre fevereiro e março.
O cenário econômico global desfavorável também puxou para baixo os índices das Bolsas de Nova York nesta sexta. “Com manchetes diárias que incluem o agravamento dos bloqueios na China, a guerra entre Rússia e Ucrânia em andamento, uma desaceleração do crescimento econômico global e altas de várias décadas na inflação, não é de admirar que o humor dos investidores permaneça sombrio”, comentou o codiretor de investimentos da Truist, Keith Lerner.
*Com informações de Dow Jones Newswires
Com informações do Estadão Conteúdo