As bolsas mundiais acentuam o movimento de queda e caminham para mais um pregão em queda. Os investidores mostram-se preocupados com a guinada do rendimento dos títulos públicos norte-americanos, pressionando os preços dos ativos de risco.
Por volta das 7h55 desta terça-feira (23), o S&P 500 recuava 0,67%, para 3.847,62 pontos, caminhando para o sexto pregão consecutivo em queda, a maior série negativa desde fevereiro do ano passado. A Nasdaq, por sua vez, recua 1,96%, após ter tombado 2,46% no último pregão à vista.
O rendimento das notas do Tesouro de 10 anos avançou para 1,376%, ante 1,370% de ontem. Os rendimentos aumentam à medida que os preços dos títulos caem.
Os papéis das empresas de tecnologia, principais impulsionadores do mercado em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19) desde o ano passado, agora parecem ser os catalisadores da queda dos mercados. E a razão para isso é observada em todo o planeta.
Com as taxas de juros em patamares mínimos na história, os fluxos de caixa futuros das empresas ditas promissoras e inovadoras valem mais, justificando os altos múltiplos pagos por companhias do setor. Com a elevação da taxa de juros, as empresas veem sua lucratividade no futuro valer menos, pois a taxa de desconto será maior.
Esse temor é pautado pela expectativa de aumento da inflação nos Estados Unidos, o que poderia fazer o Federal Reserve (Fed) voltar a elevar a taxa de juros antes do esperado — atualmente, a taxa referencial está na banda entre 0% e 0,25%.
Com isso, os investidores ficarão atentos ao relatório semestral a ser divulgado pelo presidente do Banco Central estadunidense, Jerome Powell, às 12h desta terça (horário de Brasília).
O executivo provavelmente irá sinalizar que as políticas de alta liquidez permanecerão em vigor no futuro próximo. Powell deve enfrentar questões sobre o tamanho do próximo pacote de estímulo fiscal, taxas de juros e compras de títulos. A inflação em meio à forte recuperação econômica também está em pauta.
O movimento pessimista com as empresas de tecnologia também foi observado no Índice Stoxx 600, na Europa, com o setor caindo mais de 3%. Mesmo com o Velho Continente ainda lidando com o avanço da pandemia, as companhias que se beneficiaram dos bloqueios induzidos pelos governos passam por solavancos neste momento.
O preço do Bitcoin caiu cerca de 15%, para pouco mais de US$ 47 mil. O presidente da Tesla, Elon Musk, disse no fim de semana que os preços da moeda digital parecem altos, mesmo depois de sua companhia comprar US$ 1,5 bilhão da criptomoeda.
Desempenho das bolsas mundiais
Confira o desempenho das principais bolsas mundiais por volta das 8h10:
- S&P 500 futuro: -0,62%
- Nasdaq futuro: -1,70%
- DAX 30: -1,47%
- FTSE 100: -0,59%
- Euro Stoxx 50: -1,06%
- SSE Composite: -0,17%
- Nikkei 225: (fechada)
Apesar da instabilidade observada neste mês, as bolsas mundiais continuam a se mostrar otimistas. A espera pelo novo pacote de estímulos fiscais do governo norte-americano anima os investidores, que seguem atentos aos desdobramentos macroeconômicos internacionais.
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