Um dia e meio de feriado nos Estados Unidos foi o bastante para deixar os investidores de bom humor. O S&P 500 e os principais índices das bolsas mundiais fecharam em alta, com destaque para o Nasdaq Composite, que renovou a máxima histórica após um dia de descanso.
Os mercados retomaram o otimismo com o cenário das notícias positivas de vacinas como pano de fundo, apesar da segunda onda de covid-19 pelo mundo. O S&P 500 fechou em leve alta de 0,24%.
Na sessão desta sexta-feira (27), os investidores estiveram de olho na expectativa de estímulos pela sinalização do Banco Central Europeu (BCE) e nos dados de lucro industrial na China, ofuscando, em parte, as preocupações com o avanço da covid-19 e o número recorde de hospitalizações nos Estados Unidos.
Hoje, o membro do Comitê Executivo do BCE, Fabio Panetta, defendeu a ampliação das políticas de estímulo monetário da autoridade monetária e afirmou que há um consenso no grupo para “recalibrar” os instrumentos em dezembro, à medida que o objetivo da entidade para a inflação da zona do euro não parece que será atingido a curto prazo.
A perspectiva de que a autoridade monetária vá seguir com sua política acomodatícia em 2021 agradou investidores, que monitoram ainda a evolução da pandemia do Europa.
Além disso, o bom humor foi estimulado pelo lucro de grandes empresas industriais da China, que saltou 28,2% em outubro ante igual mês do ano passado, ganhando força em relação ao acréscimo anual de 10,1% observado em setembro, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, pela sigla em inglês).
Coronavírus no Hemisfério Norte
A Alemanha superou nesta sexta-feira a marca de um milhão de casos de covid-19, enquanto a Europa de modo geral começa a afrouxar as rédeas, embora ainda com alguma cautela.
De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, a Alemanha 21 mil novas infecções pelo novo coronavírus, o que coloca o país, tido modelo no enfrentamento da pandemia, na 12ª posição no ranking mundial.
No Reino Unido, bem como na França, o movimento é o oposto. Os países vem apresentando uma queda na média móvel de casos nos últimos dias. Hoje, o governo britânico anunciou que solicitou à Agência Reguladora de Remédios e Saúde (MHRA) que avalie a vacina de Oxford, desenvolvida junto à AstraZeneca, a qual, segundo resultados preliminares, tem uma eficácia média de 70%.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, a circulação de pessoas deve aumentar por conta dos feriado de Thanksgiving e pela Black Friday, que normalmente leva milhares pessoas às portas da lojas, o que pode apresentar um perigo para o país mais afetado pela pandemia.
S&P 500 sobe 0,24%, Nasdaq bate recorde
Com semana encurtada e pregão desta sexta-feira pela metade devido ao feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, as bolsas americanas avançaram neste pregão.
- Nova York (S&P 500): +0,24% – 3.638,35
- Nova York (DJIA): +0,13%- 29.910,37
- Nova York (Nasdaq Composite): +0,92% – 12.205,85
Apesar da alta, o Dow Jones Industrial continua abaixo de sua marca história de 30 mil pontos. O destaque mesmo foi para o índice composto da Nasdaq, que bateu o segundo recorde consecutivo.
Índices europeus fecham 4º semana seguida de altas
Os principais índices acionários da Europa fecharam em alta estimulados pela sinalização do BCE de que haverá mais medidas de apoio monetário e pelos dados de lucro industrial na China.
- Europa (Stoxx 600 Europe): +0,40% – 393,22
- Londres (FTSE 100): +0,073% – 6.367,58
- Frankfurt (DAX 30): +0,37% – 13.335,68
- Paris (CAC 40): +0,56% – 5.598,18
- Milão (FTSE/MIB): +0,68% – 22.352,46
- Madri (IBEX 35): +1,06% – 8.190,70
- Lisboa (PSI-20): +0,97 – 4.651,82
No Reino Unido, ainda pesam as incertezas em relação ao acordo pós-Brexit com a União Europeia (UE). Comentários de autoridades britânicas e europeias sinalizam que um entendimento entre as partes segue sendo um desafio.
Bolsas da Ásia voltam a subir com esperanças de estímulos e China
As bolsas asiáticas terminaram a sessão em alta, na esteira do otimismo com uma vacina contra a covid-19, em detrimento dos temores em relação ao aumento de casos no Hemisfério Norte e dúvidas sobre alguns imunizantes.
- Hong Kong (Hang Seng): +0,28% – 26.894,68
- Xangai (SSE Composite): +1,14% – 3.408,31
- Tóquio (Nikkei 225): +0,40% – 26.644,71
- Seul (Kospi): +0,29% – 2.633,45
Os destaques ficaram as bolsas de Tóquio e Seul, que além de fecharem em alta como o S&P 500 e outros índices mundiais, negociam em níveis recordes. A primeira, opera nos maiores níveis desde maio de 1991 e a segunda, na máxima histórica.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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